Setor produtivo se une ao mercado chinês para estruturar exportação e superar desafios logísticos e produtivos
Maior produtor de gergelim do Brasil, Mato Grosso (MT), dá um passo decisivo para consolidar sua presença no mercado global, com foco especial no mercado chinês. Em uma reunião histórica, representantes de toda a cadeia produtiva traçaram estratégias para ampliar as exportações e superar os desafios logísticos, produtivos e comerciais.
Com a recente abertura do mercado chinês para o gergelim brasileiro, a expectativa é transformar o grão em uma cultura tão relevante quanto a soja e o milho em MT.
Em 2024, Mato Grosso foi responsável por 64% das exportações brasileiras. Dessa maneira, movimentou R$ 1,3 bilhão, enviando o produto para 26 países, incluindo Índia, México, Vietnã e Egito.
O potencial chinês para a importação de gergelim impressiona. O país consome 1,2 milhão de toneladas por ano. Ou seja, importa cerca de 1 milhão de toneladas, mais que o dobro da produção brasileira.
Plano estratégico para garantir competitividade e conquistar fatias significativas
Produto amplamente utilizado na alimentação chinesa, principalmente na produção de óleo de gergelim, um ingrediente essencial na culinária local.
Traders experientes apontam que a abertura do mercado chinês não significa apenas uma oportunidade. Mas a necessidade de um plano estratégico para garantir competitividade e conquistar fatias significativas desse consumo.
Por isso, a reunião levantou os principais entraves para a expansão da cultura e a inserção no mercado chinês. Dentre os desafios, destacam-se: produtividade: o rendimento das lavouras tem caído ano a ano, exigindo pesquisa em novas variedades de sementes, melhor manejo e adaptação à colheita mecanizada. Bem como novos cultivares devem ser registrados já em fevereiro, permitindo maior competitividade. Além da representação na China com a instalação de um escritório avançado do Invest MT no país asiático que pode ser um grande aliado para a promoção comercial e a facilitação de negócios.
Outro gargalo é a logística nos portos brasileiros, que dificultam o escoamento da produção. Falta de fiscais e excesso de burocracia nos embarques prejudicam a competitividade, exigindo articulação entre governo federal e estadual para solucionar o problema.
Todavia, o secretário de Desenvolvimento Econômico de Mato Grosso, Cesar Miranda, reforçou o compromisso do governo em apoiar a estruturação da cadeia produtiva e garantir que o estado tenha protagonismo nesse mercado bilionário.
Os produtores, contudo, acreditam que o gergelim pode seguir os passos do milho. Aliás, há alguns anos é visto apenas como uma cultura complementar e hoje tem papel fundamental no agronegócio.
Com investimento em pesquisa, melhor estrutura logística e apoio governamental, a cultura pode se tornar uma das mais rentáveis do estado.
Com ações coordenadas entre setor produtivo, governo e entidades de classe, Mato Grosso se posiciona para aproveitar essa oportunidade e transformar o gergelim em um dos novos motores do agronegócio brasileiro.