Área de caatinga com maior prevalência da infecção foi escolhida para projeto-piloto que usa testes rápidos para facilitar o diagnóstico
Também conhecida como tripanossomíase americana, trata-se de uma doença negligenciada, transmitida pelo inseto ‘barbeiro’ contaminado. Portanto, pode causar sérios problemas de saúde se não diagnosticada e tratada precocemente — o que motivou a criação do projeto-piloto “Quem tem Chagas, tem pressa”.
Como funcionou o teste?
- Os municípios de Triunfo e Serra Talhada receberam a primeira etapa do protocolo com atividades de formação sobre a doença para profissionais de saúde, estudantes da área e moradores;
- Em julho, cerca de 1 mil pessoas nos dois municípios foram submetidas a testes rápidos produzidos pelo Instituto de Tecnologia em Imunobiológicos da Fundação Oswaldo Cruz (Biomanguinhos/Fiocruz);
- O resultado mostrou a gravidade do problema: 9% dos moradores testaram positivo para a doença; para efeito de comparação, a média no país varia de 2% a 5%;
- Os testes rápidos emitem o resultado em minutos, enquanto o teste sorológico pode demorar até 45 dias para conclusão do diagnóstico.
“Sabemos que pelo menos 70% dos pacientes com Chagas não desenvolvem doença cardíaca, ou desenvolvem uma doença pouco agressiva. Assim, pode-se atender perto da sua residência, assistência primária, que tem uma alta resolutividade”, disse o médico responsável pelo projeto, Wilson Oliveira.
Cura depende de tratamento precoce
A infecção, portanto, é considerada uma doença socialmente determinada devido à sua estreita ligação com fatores socioeconômicos, culturais e ambientais, segundo o Ministério da Saúde. O Brasil registra cerca de 280 novos casos na forma aguda por ano, sendo 80% por meio da ingestão de alimentos contaminados.
Os sintomas variam de acordo com a gravidade da doença. Na fase aguda, os sinais incluem febre por mais de 7 dias, dor de cabeça, fraqueza intensa. Inchaço no rosto e pernas e lesão em caso de picada do barbeiro (semelhante a um furúnculo).