Secretário-geral assistente da ONU disse que a medida representaria consequências catastróficas na Faixa de Gaza
A ONU classificou nesta terça-feira (5), como “profundamente alarmantes”, as informações sobre uma possível expansão nas operações militares de Israel por toda a Faixa de Gaza.
De acordo com a mídia local israelense, primeiro-ministro israelense Benjamin Netanyahu está inclinado a expandir as operações militares na Faixa de Gaza. Nesta terça-feira (5), o líder também afirmou que Israel precisa “concluir” a vitória sobre o Hamas e libertar os reféns.
O secretário-geral assistente da ONU, Miroslav Jenca, disse em uma reunião do Conselho de Segurança sobre a situação em Gaza que essa medida “representaria um risco de consequências catastróficas”. Segundo Jenca, a ação poderia colocar ainda mais em risco a vida dos reféns que permanecem no enclave palestino.
“O direito internacional é claro nesse sentido; Gaza é e deve permanecer uma parte integrante do futuro Estado Palestino”, acrescentou.
O primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, reuniu-se com altos funcionários da área de segurança nesta terça-feira para finalizar uma nova estratégia para a guerra em Gaza. Aliás, já dura quase dois anos. Confirme a imprensa, ele é favorável a uma tomada militar completa do enclave palestino.
O representante adjunto da China na ONU, Geng Shuang, expressou “profunda preocupação” com os planos relatados e acrescentou. “Instamos Israel a interromper imediatamente tais ações perigosas”.
Ele fez um apelo por cessar-fogo e pediu que os países com influência tomem medidas concretas para ajudar a promovê-lo.
Reconhecimento do Estado Palestino
Antes da reunião da ONU, o ministro das Relações Exteriores de Israel, Gideon Saar, falou com jornalistas na sede da organização e criticou os países que têm pressionado Israel por meio do reconhecimento de um Estado palestino “virtual”.
Para a autoridade, essa pressão prejudicou o acordo de libertação de reféns e de cessar-fogo, prolongando a guerra.
Três países do G7 anunciaram planos de reconhecer o Estado palestino. França e Canadá disseram que farão isso em setembro, durante a Assembleia Geral da ONU.
O Reino Unido também afirmou que apoiará o reconhecimento em setembro, a menos que Israel tome medidas concretas para acabar com o sofrimento em Gaza, além de cumprir outras condições.
A embaixadora dos Estados Unidos na ONU, Dorothy Shea, chamou uma conferência da ONU realizada na semana passada, em que dezenas de nações mencionaram uma solução de dois Estados, de “encenação publicitária improdutiva”, afirmando que o evento minou os esforços dos mediadores.
O irmão do refém israelense Evyatar David, que apareceu visivelmente desnutrido em um vídeo divulgado pelo Hamas na semana passada, pediu ao Conselho de Segurança que use sua influência para garantir a libertação imediata e incondicional dos reféns restantes e assegurar que a ajuda humanitária chegue até eles.
“Cada momento de atraso é um passo mais perto de um desfecho trágico final”, disse Ilay David na reunião.
Ele descreveu o irmão no vídeo como “um esqueleto vivo. Mal tinha forças para se mover ou falar, sua voz quase irreconhecível”, contou,