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Relatório da ONU discutido pelo Conselho de Direitos Humanos, em Genebra; Tel Aviv rejeitou documento como parte de 'agenda anti-Israel'

ONU conclui que tanto Hamas quanto Israel cometeram crimes de guerra

Relatório da ONU foi discutido pelo Conselho de Direitos Humanos, em Genebra; Tel Aviv rejeitou documento como parte de ‘agenda anti-Israel’

Um relatório de uma comissão ONU, publicado nesta quarta-feira (12), concluiu que tanto o grupo terrorista palestino Hamas quanto Israel cometeram crimes de guerra no conflito na Faixa de Gaza, que já dura seis meses.

O documento abrange o período de 7 de outubro a 31 de dezembro de 2023. As conclusões baseiam-se em entrevistas com vítimas e testemunhas, centenas de contribuições, imagens de satélite, relatórios médicos e informações verificadas de fonte aberta (open source).

“No meio de meses de perdas e desespero, represálias e atrocidades, o único resultado tangível (da guerra) tem sido o agravamento do imenso sofrimento tanto dos palestinos como dos israelenses. Os civis, mais uma vez, suportam o peso das decisões daqueles que estão no poder”, disse o documento das Nações Unidas.

Acusações contra o Hamas

O relatório acusa o Hamas de “dirigir ataques intencionalmente contra civis” e de cometer “assassinatos ou homicídios dolosos”. Também acusa o grupo de “tortura, tratamento desumano ou cruel” e de “disparar projéteis indiscriminadamente contra áreas povoadas de Israel”.

Os terroristas também acusados de “crime de guerra de ultraje à dignidade pessoal”, destacando, durante o ataque de 7 de outubro contra Israel, “a profanação de cadáveres por queima, mutilação e decapitação” e “a profanação sexualizada de cadáveres masculinos e femininos” e “violência sexual”.

“Para os israelitas, o ataque de 7 de outubro teve uma escala sem precedentes na sua história moderna, quando num único dia centenas de pessoas mortas e raptadas, invocando o trauma doloroso da perseguição passada, não só para os judeus israelitas, mas para o povo judeu em todo o mundo”, disse o documento.

Acusações contra Israel

O texto prossegue listando o que considera como crimes de guerra israelenses, incluindo “a fome como método de guerra; assassinato ou homicídio doloso; dirigir intencionalmente ataques contra civis e bens civis; deslocamento forçado; violência sexual e ultraje à dignidade pessoal”. O relatório acrescenta ainda que “Israel infligiu punição coletiva à população palestina em Gaza” pelos ataques do Hamas.

“Para os palestinos, a operação militar de Israel em Gaza teve os ataques mais longos, maior e mais sangrentos desde 1948. Causou imensos danos e perdas de vidas e desencadeou em muitos palestinianos memórias traumáticas da Nakba e de outras incursões israelitas”, afirmou o texto, referindo-se à guerra da criação do Estado Judeu.

Reações na ONU

As conclusões do relatório serão discutidas pelo Conselho de Direitos Humanos das Nações Unidas, em Genebra, na próxima semana, segundo a agência de notícias Reuters. A Comissão de Inquérito composta por três peritos independentes, com os quais Israel não cooperou, por afirmar terem um preconceito anti-Israel.

Contudo, a comissão diplomática de Israel junto das Nações Unidas já rejeitou as conclusões do relatório. Meirav Eilon Shahar, embaixadora israelense em Genebra, se pronunciou. “A Comissão de Inquérito provou mais uma vez que as suas ações estão todas ao serviço de uma agenda política contra Israel”.

A comissão independente das Nações Unidas, acusou Tel Aviv de obstruir seu trabalho e impedir que os investigadores tivessem acesso tanto ao território israelense. Assim como aos territórios palestinos ocupados pelo exército de Israel.