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O poder de imagem e o amor paterno desfilam em Os Fabelmans. Entre conflitos de pais e filhos, o longa aposta na capacidade do perdão

Os Fabelmans, filme de Spielberg, é um dos melhores da sétima arte

Premiado com o Globo de Ouro, Os Fabelmans é o mais autobiográfico filme de Spielberg

Um alter-ego do mago do cinema Steven Spielberg, condutor do filme: Os Fabelmans (premiado com o Globo de Ouro de direção e filme), Sammy tem jornada singular, como norte de sua afirmação e independência. Ainda criança, Sammy se vê nutrido pelo cinema de Cecil B. De Mille, em especial, com o primeiro filme que assiste: O maior espetáculo da Terra (1952).

Ao lado dele, na seção inaugural, estão os cabeças da amalucada família Fabelman, que vem aos moldes das representações nos filmes de Woody Allen. Aos 76 anos, a maturidade de Spielberg é incontestável.

Mas o Burt (Paul Dano), no filme, é o patriarca, aficionado por tecnologia, e que se mostra paciente em entender os estados emocionais de Mitzi.

No desenvolvimento da gramática do cinema, Sammy aperfeiçoa o empreendedorismo, neste conto de autoconfiança e de segredos em família. O roteiro, conta com o talento de um colaborador frequente de Spielberg, o prestigioso Tony Kushner.

Para além da intuição no contato com atores e da lida com a mesa de edição, Sammy terá na carreira ainda amadora, a revelação do poder da plateia, nos bancos escolares.

Cenas como a da projeção de imagens na palma da mão do personagem e os joguetes com marionetes, desde já, icônicas, reclamam certa origem no cinema de Ingmar Bergman, ainda que, dado o amor por filmes como O homem que matou o facínora, Depois do vendaval e Rastros de ódio, Spielberg esclarece a predileção pela clássica obra do cineasta John Ford.

O longa aposta na capacidade do perdão

Todavia, a coadjuvante de peso, Mônica (a hilária Chloe East) se afirma como a namorada, capaz de fazer Sammy “encontrar Jesus”, nem que seja numa joalheria, em forma de cordão de ouro (para valioso presente). Desrespeitos, egoísmo e os pilares da arte preenchem a telona, no exemplar filme de Spielberg.

Portanto, o poder de imagem e o amor paterno desfilam em Os Fabelmans. Entre conflitos de pais e filhos, o longa aposta na capacidade do perdão. Com direito a ensolaradas aventuras encenadas em praia californiana, Os Fabelmans, na raiz, examina o sufocamento exercido por pressões familiares. Neste sentido, é um bálsamo atentar para a bacana visita do tio Boris (Judd Hirsch), um antigo auxiliar de circo. Assim, ele enuncia quase uma senha para o sobrinho-neto trocar o hobby com as câmeras pela visão de profissionalismo.