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Consumo dos brasileiros aumentou para 251 ovos por ano

Ovos em alta: Brasil produziu 56 bilhões este ano

Atualmente, o brasileiro consome 251 ovos por ano

Em 2000, o brasileiro comia 94 ovos anualmente, em média. Dez anos depois, esse número aumentou 57% e chegou a 148 unidades por pessoa.

Hoje, o brasileiro consome 251 ovos por ano, um aumento de 8,5% em relação a 2019 e de 167% em relação a duas décadas atrás. Esse número é maior do que a média mundial.

A Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA) estima que, em 2021, o país produzirá pelo menos 56 bilhões de ovos, um recorde. A marca anterior foi atingida no ano passado, com 53 bilhões de ovos.

O ovo de galinha sempre foi um alimento popular no Brasil, mas por anos o consumo no mercado interno esbarrou em questões como preocupação com a saúde, por causa do colesterol ou das calorias.

Nos últimos 20 anos, porém, essas restrições alimentares e médicas foram repensadas, com novas pesquisas, e o consumo só vem aumentando. Além disso, crises econômicas e alto preço de carne e frango empurram as vendas do produto.

Ovo brasileiro no prato do mundo

Todo esse volume de ovos, porém, não deve chegar só no prato dos brasileiros, mas também de árabes, japoneses e omanenses, naturais do país do Oriente Médio de Omã. O país se prepara para deixar de ser apenas um consumidor de ovos para se tornar exportador.

“A produção brasileira de ovos está crescendo e demonstrando a tendência de o país se consolidar como um exportador de ovos”, afirmou Ricardo Santin, presidente da ABPA. “Ainda não tínhamos essa cultura [de exportar] porque estávamos voltados diretamente para o mercado interno”.

Aumento das exportações

Entre janeiro e junho deste ano, a receita com as exportações aumentou 153% em relação ao primeiro semestre do ano passado, saindo de US$ 3,17 milhões em 2020 para US$ 8,02 milhões agora.

Em volume, as vendas externas já somam 5,6 mil toneladas de ovos, alta de 145,1% em relação ao mesmo período do ano passado, quando as vendas somaram 2,3 mil toneladas. Segundo Santin, os números se referem às exportações de ovos in natura e ovos processados (ovo líquido, congelado ou em pó).

O principal destino dos ovos são os Emirados Árabes Unidos, que neste ano já compram 3,95 mil toneladas de ovos brasileiros, um aumento de 359% em relação ao mesmo período de 2020. Também se destacaram nas vendas países como o Japão, que importou 245 toneladas, 82% a mais que no primeiro semestre do ano passado, e Omã, que começou a importar ovo brasileiro neste ano e já comprou 271 toneladas.

A compensação pelos altos custos de produção

Conforme estatísticas da ABPA registradas no ano passado, dos 53,5 bilhões de ovos produzidos no país, 99,7% foram destinados ao mercado interno, em contrapartida, as exportações representaram 0,3% da produção.

Contudo, segundo Ricardo Santin, da ABPA, o setor está mirando nas exportações agora como forma de compensar os altos custos de produção do ovo no Brasil.  Dessa forma, a alta constante de ingredientes fundamentais como o milho e o farelo de soja, alcançaram cotações recordes nesta safra. “O setor está direcionando seus esforços para as exportações de forma mais significativa neste ano, com o objetivo de reduzir os impactos gerados pelos custos de produção”, afirmou.

“São destinos que compram ovos com alto valor agregado. eles refletem melhor desempenho em preço médio e mais rentabilidade. Ainda assim,  amenizam as contas diante das altas históricas do milho e do farelo de soja.”

Como cada país gosta de ovos de um padrão (maior, menor ou de cores específicas), atender esse mercado é importante e pode gerar ganhos de 2% a 5%.