O Parlamento do Irã aprovou a suspensão da cooperação do país com a AIEA, programa da ONU para assuntos nucleares
O Parlamento do Irã aprovou a suspensão de cooperação com agência atômica, sob a justificativa de que a AIEA é “cúmplice” dos Estados Unidos e de Israel. Nas últimas semanas, a República Islâmica entrou em guerra com Tel Aviv e teve suas usinas nucleares bombardeadas pelos exércitos israelense e estadunidense.
Com a suspensão do acordo de cooperação, a ONU está proibida de inspecionar o programa nuclear do Irã. Após a aprovação da lei, o presidente da Assembleia, Mohammad Bagher Qalibaf, afirmou que “qualquer cooperação com a agência ou o envio de relatórios, bem como a entrada de inspetores e gerentes da AIEA, estão proibidas até que a segurança das instalações nucleares e dos cientistas iranianos seja garantida”.
Teerã tem acusado a agência de agir “politicamente motivada” em prol dos interesses ocidentais e israelense. “A AIEA se recusou a condenar minimamente o ataque às instalações nucleares do Irã e colocou em jogo sua credibilidade internacional”, afirmou Qalibaf.
Ao aprovar a resolução, Qalibaf ressaltou que o país pretende acelerar seu programa nuclear. O texto ainda precisa de sanção do Conselho Guardião do Irã para então entrar em vigor.
Irã alega manter seu programa nuclear
ONU não se manifestou sobre a decisão do Parlamento iraniano. Porém, o diretor da AIEA, Rafale Grossi, disse que busca medidas para fiscalizar o programa nuclear da República Islâmica. Sendo assim, conseguir entender os reais danos causados nessas duas semanas de guerra.
O Irã alega que mantém seu programa nuclear, enquanto Israel afirma ter atrasado as pretensões do país de produzir bomba atômica.
A AIEA é responsável por fiscalizar os programas nucleares dos países signatários do Tratado de Não Proliferação Nuclear. O Irã é membro do tratado, mas Israel não é. O estado judeu não permite que a ONU ou qualquer agência internacional fiscalize seu arsenal nuclear.
Pouco antes de Israel atacar o Irã, a agência da ONU acusou o país persa de não cumprir suas obrigações de não proliferação nuclear. A República Islâmica nega veementemente possuir bomba atômica e alega que enriquece urânio após para finalidades civis.
Ocidente, porém, diz que Irã enriquece urânio a nível igual ou superior a 60%, bem acima do índice necessário para fins civis. Sob esse pretexto, Tel Aviv bombardeou as usinas iranianas em uma tentativa de destruir o programa nuclear de Teerã. Dias depois, os EUA também bombardearam os complexos de Fordow, Natanz e Isfahan, mas a ONU acredita que o governo iraniano conseguiu preservar seu material nuclear.