Disparada das passagens aéreas acontece em meio à sequência de aumentos do querosene de aviação
De acordo com a Agência Nacional de Aviação Civil (Anac), as passagens aéreas domésticas tiveram aumento de 79,9% em um ano. Em abril, brasileiros pagaram, na média, R$ 659,20 por trecho. Quem embarca ou desembarca em duas capitais do norte do Brasil, por exemplo, já paga preço médio superior a R$ 1.000 para ir ou voltar.
A disparada dos preços acontece em meio à sequência de aumentos do querosene de aviação. No acumulado de janeiro a julho, o combustível dos aviões já aumentou 70,6%, segundo estimativa da Associação Brasileira das Empresas Aéreas (Abear). Cálculo da Anac indica que o combustível – conhecido pela sigla QAV – responde por cerca de 36% de todos os custos das aéreas no Brasil.
Com o aumento de abril, a tarifa em duas capitais já supera os R$ 1.000. Em Boa Vista, as passagens emitidas em abril tiveram valor médio de R$ 1.104, aumento de 64,3% na comparação com igual mês de 2021. Em Rio Branco, o preço subiu ainda mais: 100,1% e atingiu média de R$ 1.209. Com isso, os acreanos têm oficialmente a tarifa média mais cara entre as capitais do Brasil.
Algumas rotas tiveram queda de preços
Outras cidades tiveram aumentos expressivos, mas as tarifas médias são menores. Em Salvador, as passagens saltaram 139,9% e atingiram média de R$ 742,50. O aumento chegou a 121,6% em Porto Alegre, 125,6% no Rio de Janeiro e 122,4% em São Paulo, onde a tarifa média ficou em R$ 558,58.
Apesar do argumento das próprias companhias aéreas que relacionam o aumento das tarifas à alta do combustível, algumas rotas tiveram queda de preços. O valor médio para quem voa a Fernando de Noronha, por exemplo, caiu 7,9% em um ano.
Nesse caso, a concorrência parece ser uma influência mais forte que o combustível. Nos últimos meses, a Azul estreou a rota direta entre o aeroporto de São Paulo e o arquipélago pernambucano. Além disso, Azul e Gol continuam com voos entre Recife e a ilha. Ou seja, cresceu a oferta de voos para o local e caiu o preço médio ao passageiro.
Em abril, segundo a Anac, a tarifa média aumentou 63% na Azul, 71% na Latam e 128% na Gol. Apesar de ter registrado o menor aumento proporcional, a Azul continua com a maior tarifa média do Brasil, com R$ 752,68 por trecho. Em seguida, estão Gol, com R$ 683,10, e Latam, com R$ 560,27.