Veja na coluna deste mês o desafio de construir relevância para a geração Z que parece estar viciada em superficialidade
A Geração Z passa a maior parte do tempo online no modo “passatempo”, engajando-se com conteúdos leves e fáceis como forma de combater o tédio, de acordo com o estudo recente da subsidiária da Google, Jigsaw. Com essa informação, sendo parte da Z, me pergunto: qual será o caminho para aprofundar diálogos e transmitir informações importantes para essa geração?
Nós jovens vivenciamos a transição de um mundo em que as redes sociais serviam como local de socialização para os dias atuais, em que as redes têm como principal propósito ser fonte de entretenimento. Com uma overdose de conteúdos e de informação, navegamos entre memes, vídeos, notícias e trends, frequentemente com uma falsa sensação de conhecimento sobre tudo – que, na realidade, permanece na superfície.
O resultado disso? A diminuição do tempo de atenção
Um estudo de 2015 da Microsoft, revelou que o tempo médio de atenção humana caiu de 12 segundos em 2000 para apenas oito segundos em 2013 – menos do que o de um peixe-dourado. Com o aumento do consumo de vídeos curtos nas plataformas de redes sociais, como o TikTok e o Instagram, é provável que os tempos de atenção diminuam ainda mais.
Consumir conteúdo nunca foi tão fácil. Com a gratificação instantânea através do consumo de conteúdos curtos, somos cada vez mais influenciados pelos influenciadores que seguimos, pelos conteúdos gerados pelos usuários (UGC) e pelas recomendações dos algoritmos.
Sendo assim, como construir relevância e se conectar com a geração Z em um mar de conteúdos superficiais?
A resposta está no entretenimento
Para se conectar verdadeiramente com a geração Z, seja você um criador, um influenciador, uma marca ou um veículo de notícias, é crucial entender que esse público busca principalmente entretenimento nas redes sociais.
Se a informação é importante, tão importante quanto (ou até mais) é o potencial de entreter para transmiti-la. Em relação aos anúncios, ao contrário de outras gerações como os Baby Boomers, a geração mais jovem prefere anúncios criativos e divertidos em maior medida do que os boomers (52% vs. 42%), além de mostrar uma maior preferência por anúncios que utilizem humor (43% vs. 39%), conforme revelado por um estudo da NCSolution.
Não subestime os nichos
Um erro comum é generalizar todos os aspectos da geração Z, como se pudessemos reduzir todos de uma geração apenas à sua idade. Se conteúdos superficiais são mais consumidos, use-os de forma inteligente e alinhada aos seus objetivos para atrair e reter quem realmente interessa. Por isso, dizemos que o futuro será cada vez mais focado em nichos e comunidades. Aqueles que compartilham interesses comuns têm maior propensão a consumir conteúdos mais profundos sobre suas preferências.
Os criadores de conteúdo com maior potencial de longevidade já perceberam isso e estão utilizando essa estratégia. Eles utilizam conteúdos superficiais para atrair e construir uma audiência, e, posteriormente, com recursos e um público fiel, investem em conteúdos mais longos e de maior qualidade
Comunidade é o caminho
Para que as pessoas se aprofundem em seu conteúdo, elas precisam se conectar emocionalmente com você. Quando as pessoas se identificam com quem você é, além do que você compartilha, isso ajuda a criar confiança e a aumentar a interação e o engajamento mútuo.
Como criar comunidade?
– Conte sua história: permita que seu público conheça quem você é verdadeiramente.
– Invista em nutrir sua comunidade: para além de sua criação, pense em como promover interações significativas. Converse diretamente com a sua audiência e crie conteúdos que incentivem o diálogo.
– Mantenha consistência no que você compartilha: repetição ajuda a fixar sua mensagem e construir familiaridade.
– Seja criativo: seja autêntico e não faça o que todos estão fazendo apenas porque “está dando certo” para eles. Se você possui seus próprios objetivos, precisa desenvolver suas próprias estratégias (mas se inspirar, pode!).
Transmitir conteúdo relevante nos dias atuais é um desafio. O caminho é muito mais demorado, mas o foco deve ser a longevidade, e não a viralização desalinhada com seus objetivos e valores. Ao ter essas práticas em mente, você não apenas estará construindo uma audiência leal. Mas também estará criando uma conexão duradoura e significativa com a geração Z, garantindo que mensagens importantes transmitidas.