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Para Campos Neto, a taxa de juros real no Brasil é muito alta, Por questões estruturais importantes a meta fiscal deve ser perseguida

Brasil deve perseguir a meta fiscal, diz Campos Neto

Para o presidente do BC, a taxa de juros real no Brasil é muito alta, porém, a taxa neutra, por questões estruturais importante deve perseguir a meta fiscal

O presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, ressaltou a importância de o governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva perseguir a meta fiscal de resultado primário. “É importante sempre o equilíbrio entre receitas e gastos, a gente vê que o governo está fazendo uma força”, disse Campos Neto durante o evento Blue Connections. “É muito importante porque tem conexão direta com a taxa de juros e com processos de queda da taxa de juros.” 

A meta de resultado primário, sendo as receitas menos as despesas para 2024 é zero, conforme o arcabouço fiscal aprovado em 2023 pelo Congresso Nacional. Contudo, essa meta é considerada difícil de ser alcançada pelo mercado. 

O presidente do BC disse ainda que, comparando o Brasil com outros países emergentes, ele tem o menor diferencial entre a taxa real de juros e a neutra, que não acelera e não freia a economia. 

“O que importa para saber se [a taxa real] tem eficiência ou não no controle da inflação é qual a diferença da taxa para a taxa neutra”, continuou. “Se está acima, está freando a economia, se está baixo, estimulando.” 

Para Campos Neto, a taxa de juros real no Brasil é muito alta, porém, a taxa neutra também, por questões estruturais. Conforme informou, a inflação de serviços estava diminuindo em uma velocidade maior do que o esperado. O BC tenta identificar o que deriva de serviços intensivos em mão de obra. 

Campos Neto comenta inflação 

Sobre a inflação, Campos Neto disse ser difícil imaginar que vá diminuir mais sem uma queda específica na inflação de serviços no mundo. Relacionando ao cenário do mercado de trabalho concorrido. 

O presidente do BC, contudo, ponderou que cada país possui um peso para serviços, em geral, a inflação do grupo é resiliente. “No mundo emergente, está meio embolado, mas com alguns países já no padrão histórico, até um pouco melhor. No mundo avançado, não.” 

Por fim, Campos Neto declarou que a inflação dos países emergentes caiu para um padrão passado depois da pandemia. Entretanto, nos países avançados ela continua bem acima do padrão histórico.