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O impacto da piora do cenário econômico nacional vista nas últimas semanas sobre a atividade deve começar a aparecer no quarto trimestre - Foto: Marcello Casal Jr /AgênciaBrasil

Piora do cenário econômico deve impactar início de 2025

Piora do cenário econômico deve impactar início de 2025

O impacto da piora do cenário econômico nacional vista nas últimas semanas sobre a atividade deve começar a aparecer nos resultados do quarto trimestre e ficar mais evidente no início de 2025. Ou seja, com potencial de atrapalhar a demanda por crédito e a confiança de consumidor e empresários, disse o economista-chefe do Banco BV, Roberto Padovani.

A disparada recente do dólar vem batendo recordes históricos sucessivos acima de 6 reais. E a piora das condições financeiras ajudam a ampliar a pressão que já se via na inflação. Com isso o custo do crédito tende a subir, em um ambiente de famílias já endividadas.

O mercado já vinha estressado com a demora do governo em apresentar medidas de cortes de gastos. Uma vez que elas tinham sido prometidas para depois do segundo turno das eleições municipais, que aconteceu em 27 de outubro.

Desaceleração do Produto Interno Bruto (PIB)

Finalmente apresentaram na semana passada, o corte de R$ 71,9 bilhões em despesas em dois anos. Em geral, foi bem recebido, mas o anúncio inesperado da isenção do Imposto de Renda para quem ganha acima de 5 mil reais por mês foi criticado. Por isso, acabou azedando os mercados de forma generalizada e desvalorizando ainda mais os ativos brasileiros. Em meio a dúvidas persistentes sobre a sustentabilidade fiscal.

Especialistas já tinham a expectativa de desaceleração do Produto Interno Bruto (PIB) no quarto trimestre e também em 2025. Principalmente como efeito de um menor impulso fiscal, fator importante de estímulo ao consumo no ano.

O crescimento do PIB do Brasil desacelerou no terceiro trimestre a 0,9% em relação aos três meses anteriores. Mas ainda mostrou uma economia aquecida mesmo diante da política monetária contracionista. Com destaque para os investimentos e o consumo das famílias.

Para ele, a atividade econômica à frente ficará presa em uma conjunção de impulsos baixistas — fiscal e monetário negativos ao mesmo tempo — levando a expansão econômica a desacelerar a 1,8% em 2025.

Soma-se a isso a pressão cambial que, segundo Padovani, conecta-se com o PIB porque uma alta do dólar com economia aquecida significa que as empresas terão pressão de custos, mas principalmente terão espaço para repassar esse custo sem perder mercado.

O BC realiza sua última reunião de política monetária do ano na próxima semana, com a Selic atualmente em 11,25%. Cresceram recentemente as apostas de que o Comitê de Política Monetária pode voltar a apertar o passo e decidir por um aumento de 0,75 ponto percentual.

Fonte: moneytimes