Primeiro-ministro do Canadá, Justin Trudeau, afirmou que permanecerá como premiê até que novo líder seja escolhido
O primeiro-ministro do Canadá, Justin Trudeau, renunciou ao cargo e à liderança do Partido Liberal nesta segunda-feira (6), conforme anunciou em pronunciamento. Ele permanecerá como premiê até que um novo líder escolhido.
Durante a fala, o premiê comentou que possui um arrependimento: o sistema eleitoral do país.
A popularidade de Trudeau começou a cair há dois anos, em meio à raiva pública sobre os altos preços e a escassez de moradias.
Pesquisas mostram que os liberais perderão por margem ampla para os conservadores em uma eleição que deve ocorrer no final de outubro, independentemente do líder.
Parlamento canadense será suspenso
Justin Trudeau também afirmou no pronunciamento que suspenderá o Parlamento do país até 24 de março, enquanto escolhem um novo líder.
O Parlamento deveria retomar os trabalhos em 27 de janeiro, e os partidos de oposição prometeram derrubar o governo o mais rápido possível, provavelmente no final de março.
Mas, se ele efetivamente não retornar até 24 de março, o mais cedo que eles poderiam apresentar um voto de desconfiança seria em maio.
Quem é Justin Trudeau?
Justin Trudeau é o primeiro filho do ex-premiê canadense Pierre Elliot Trudeau.
Ele entrou pela primeira vez na cena política em 2008, quando eleito para o Parlamento e, depois, como líder do Partido Liberal cinco anos depois.
Em 2015, assumiu o cargo de primeiro-ministro após fazer campanha em uma plataforma anticonservadora. Dessa forma ganhou a maioria das eleições, derrotando seu antecessor, Stephen Harper.
Um dos líderes mais jovens do país, Trudeau conquistou popularidade ao promover valores progressistas no cenário global, se autodenominando um antídoto ao ex-presidente Donald Trump. Ele venceu eleições em 2019 e 2021.
Entretanto, sua popularidade despencou após uma série de reveses político. Incluindo acusações de racismo após o surgimento de fotos antigas dele usando blackface.
Desde então, ele caiu nas pesquisas, inclusive após Donald Trump, presidente eleito dos EUA, ter feito ameaças tarifárias, e depois da renúncia surpresa de sua ex-aliada política e ministra das Finanças, Chrystia Freeland.