Liberação do primeiro remédio para tratar alopecia pode ser grande marco na luta contra a doença
O FDA, Food and Drug Administration, agência de saúde norte-americana, aprovou um remédio revolucionário para tratamento da alopecia areata grave.
O inibidor da Janus quinase (JAK) baricitinibe é o primeiro tratamento liberado para tratar essa uma doença autoimune, na qual o sistema imunológico do corpo ataca os folículos pilosos. Ela provoca a perda desigual ou completa do cabelo do couro cabeludo e, às vezes, das sobrancelhas, cílios, pelos faciais e pelos do corpo.
O Dr. Brett King, professor associado de dermatologia da Yale Medical School, trabalhou com a empresa farmacêutica Eli Lilly and Company para conduzir os ensaios clínicos com o novo medicamento. E assim os resultados dos ensaios recentes foram promissores. A publicação do ensaio saiu no New England Journal of Medicine.
A pílula se chama Olumiant. Para o tratamento basta tomar uma por dia. Nos ensaios, o Olumiant ajudou um em cada três pacientes com alopecia areata grave a regenerar o cabelo. Quase metade deles não tinha cabelo no couro cabeludo no início dos ensaios. Após o tratamento com a droga, os pacientes tiveram 80% ou mais de cobertura do couro cabeludo.
Além disso, foram vistas melhorias em pessoas com perda significativa de pelo nas sobrancelhas ou cílios.
Remédio era para tratar vitiligo
Na última década, King fez pesquisas inovadoras usando inibidores de JAK; que foram originalmente projetados para tratar a artrite reumatoide, alguns distúrbios sanguíneos e doenças de pele intratáveis, incluindo eczema, vitiligo, granuloma anular, sarcoidose e por fim líquen plano erosivo.
“Até agora, não havia tratamentos aprovados pela FDA para alopecia areata, e além disso os medicamentos que foram usados no passado para tratar casos graves de alopecia areata são amplamente ineficazes. A aprovação da FDA trará maior acesso, por meio de cobertura de seguro, aos pacientes”, explicou King,
Ele disse que a aprovação também tem um benefício adicional. “Quando aprovam um medicamento para o tratamento de uma doença, os médicos se sentem mais à vontade para prescrever o medicamento para esse fim. Portanto, a aprovação da FDA capacitará e permitirá que os profissionais de saúde tratem pacientes com alopecia areata grave”, afirmou.
Tratamento revolucionário
O cientista se lembra do primeiro paciente que tratou. “Ele quase não tinha cabelo no couro cabeludo, suas sobrancelhas e cílios e pelos faciais estavam faltando e, além disso, ele tinha placas de psoríase vermelhas e escamosas por todo o corpo. Foi em 2013″, disse.
“Expliquei ao paciente que o uso de tofacitinibe nele seria exploratório e ele concordou em tentar. Não muito tempo depois que ele começou a tomar o tofacitinibe, seu cabelo começou a crescer. Eu publiquei os resultados do tratamento pouco depois disso, e então a história foi feita, mudando para sempre essa doença. É revolucionário”, concluiu.