Amazônia: Nota conjunta cita recursos públicos e privados em 4 anos; entretanto, francês anuncia que valor será de US$ 2 bi
Os governos de Brasil e França anunciaram nesta 3ª feira (26), um programa de € 1 bilhão para a Amazônia com recursos públicos e privados pelos próximos 4 anos. Os investimentos serão para o lado brasileiro e para o lado guianense. Em evento com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), entretanto, o presidente francês Emmanuel Macron anunciou investimentos de US$ 2 bilhões, divididos entre os 2 países.
Segundo a nota conjunta, o programa para economia na Amazônia terá 5 pontos:
- diálogo entre as administrações francesa e brasileira sobre os desafios da bioeconomia;
- parceria técnica e financeira entre bancos públicos brasileiros, incluindo o Basa e o BNDES, e a Agência Francesa de Desenvolvimento, presente no Brasil e na Guiana Francesa;
- nomeação de coordenadores especiais para as empresas francesas e brasileiras mais inovadoras no campo da bioeconomia;
- novo acordo científico entre a França e o Brasil, operado pelo Cirad e pela Embrapa;
- criação de um hub de pesquisa, investimento e compartilhamento de tecnologias-chave para a bioeconomia.
“Vamos investir cada um, US$ 1 bilhão, cada país. Para a biodiversidade, atividades econômicas, compatíveis com os interesses dos povos indígenas, que lhes permita ter perspectivas de desenvolvimento e conservar as nossas florestas. Nós vamos também relançar a atividade de cooperação dos dois lados do Oiapoque e a luta contra o garimpo ilegal”, disse Macron em evento em Belém (PA).
Antes do evento, Lula e Macron publicaram foto em um barco, atravessando o rio Guamá, na orla de Belém, para chegar a ilha do Combú. Lá, além da cerimônia de condecoração de Raoni, os chefes de Estado também visitaram uma fábrica de chocolate artesanal.
Raoni recebeu a maior honraria concedida pela França a seus cidadãos e a estrangeiros que se destacam por suas atividades no cenário global, o grau de cavaleiro, o 1º da Legião de Honra. A condecoração, no entanto, foi instituída em 20 de maio de 1802 por Napoleão Bonaparte.
A França reconhece Raoni como figura internacional pela causa indígena e ambiental. Ou seja, por divulgar mensagens sobre direitos humanos e proteção da floresta, ele criou a Rainforest Association em 1989 e o Instituto Raoni em 2001.
Macron no Brasil
Em sua 1ª visita oficial ao Brasil, Macron desembarcou em Belém, onde foi recebido por Lula. Dessa maneira, ambos cumprirão extensa agenda bilateral ao longo dos próximos dias no Brasil. Assim, os temas serão na área de meio ambiente, defesa, reforma dos organismos multilaterais, entre outros. Além do Pará, Macron passará por Rio de Janeiro, São Paulo e, por fim, Brasília.