Rebeca levou a prata com 14,966 e as duas melhores execuções da final
Rebeca Andrade conquistou neste sábado (3) a sua terceira medalha nos Jogos Olímpicos de Paris, a prata na final do salto. Simone Biles ficou com o ouro, depois de acertar os dois saltos mais complexos do torneio. Sem ter como ultrapassá-la, a brasileira não apresentou seu novo salto, mas foi perfeita nos que está acostumada a fazer e sobrou na segunda colocação.
Dessa forma, Biles ganhou com 15,300. Rebeca levou a prata com 14,966 e as duas melhores execuções da final. O bronze foi para Jade Carey, dos EUA, com 14,466, meio ponto atrás da brasileira, que ficou mais perto do melhor de Biles do que da segunda melhor mortal.
Aliás, essa medalha é a quinta da carreira de Rebeca, que com isso iguala TorbenGrael e Robert Scheidt em número de conquistas, ainda que com carreira bastante distinta dos velejadores, dadas as peculiaridades de cada esporte.
Em Paris, ela já havia ido ao pódio com o bronze por equipes, na terça, e com a prata no individual geral, na quinta, quando também teve um duelo direto contra Biles. Em seguida, revelou que nunca havia se sentido tão pressionada como agora é por Rebeca.
A brasileira defendia o título olímpico conquistado em Tóquio, quando a norte-americana sentiu-se perdida em um salto na final por equipes e não voltou ao torneio, por receio que os “twisties” colocassem sua saúde em risco. Rebeca é também a atual campeã mundial, tendo vencido Biles no retorno dela às grandes competições, no Mundial do ano passado.
A prova
A competição, como não poderia ser diferente, foi um duelo direto entre Biles e Rebeca. As duas apresentaram os saltos com maior nota de dificuldade e, para as demais chegarem a notas próximas às delas com saltos mais simples, só com execuções perfeitas.
Como nem Valentina Georgieva (Bulgária), nem Chang Ok-An (Coreia do Norte), nem Shallon Olsen (Canadá) conseguiram, Biles pulou pra a ponta com enorme folga quando foi a quarta a se apresentar. E mesmo se as outras tivessem acertado.
A norte-americana, que havia errado o Biles II no aquecimento, caindo de costas, desta vez chegou inteira no salto que leva o nome dela e que vale 6,4 de nota de partida. Recebeu uma justa nota 15,700. Na sequência, ainda acertou também o Cheng, que parte de 5,6. Nota 14,900.
Com a média de 15,300 era praticamente impossível ser superada, tanto que Rebeca nem tentou. A brasileira tinha na manga o Yurchenko triplo twist (YTT), que tem nota de pertida 6,0. No entanto, precisava de uma nota de execução praticamente inalcançável, ainda mais sem testá-lo antes no ginásio.
Preferiu garantir a prata. Fez primeiro um bom Cheng, cravadíssimo, de nota 15,100 — a mesma da final do individual geral. Em seguida, acertou mais uma vez seu Amanar, desta vez com um passinho para o lado. Tirou 14,833, chegou à média de 14,966. e botou as duas mãos na prata.