A média da reciclagem brasileira é bem menor que a de países vizinhos como a Argentina
No dia mundial do Meio Ambiente, comemorado no último domingo (5), ainda não há o que festejar quando o assunto é a reciclagem brasileira. Somente 4% dos resíduos sólidos que poderiam ser reciclados são enviados para o processo, enquanto no Chile, Argentina, África do Sul e Turquia a média atinge 16%. Os dados são da International Solid Waste Association (ISWA).
Trata-se de uma realidade que preocupa os especialistas, pois os países que estão mais avançados no segmento apresentam a mesma faixa de renda e grau de desenvolvimento econômico em comparação a nós.
Longa estrada
Já nos países desenvolvidos, como Alemanha, por exemplo, o índice de reciclagem chega a 67%. “O Brasil está 20 anos atrasado em relação a esses países”; afirmou o presidente da Associação Brasileira de Empresas de Limpeza Pública e Resíduos Especiais (Abrelpe), Carlos Silva Filho.
Apesar de contar com um excelente potencial para reciclagem, a situação por aqui ainda é de atraso em razão da falta de conscientização e também do baixo engajamento dos consumidores na separação e descarte seletivo dos resíduos.
Outro aspecto negativo sobretudo é a falta de infraestrutura das prefeituras para destinar locais adequados para o descarte dos produtos separados, coleta seletiva e unidades de triagem.
Perdas econômicas
No Brasil, a reciclagem atinge apenas 16,8% dos plásticos, 10,4% do papel e papelão, 2,7% dos vidros, 2,3% dos metais e 1,4% das embalagens multicamadas.
Defasagem que gera um imenso prejuízo à cadeia econômica. De acordo com levantamento da Abrelpe, as perdas chegam a R$ 14 bilhões anualmente; dinheiro que poderia gerar renda e qualidade de vida para uma considerável parcela da população que trabalha com a atividade.
“Além disso, muitos materiais poderiam deixar de ir para os lixões, evitando inúmeros problemas ambientais”, informou Carlos Silva Filho.