Segundo pesquisadores, os resultados podem indicar danos importantes nos nossos pulmões causados por microplásticos
Resultados surpreenderam os cientistas
O trabalho realizado por pesquisadores da Universidade de Toulouse, na França, e publicado na revista PLOS, apontou que adultos inalam cerca de 3.200 partículas microplásticas maiores, na faixa de 10 a 300 micrômetros de diâmetro, e 68 mil menores, de 1 a 10 micrômetros, por dia.
A equipe observa que estes números são 100 vezes maiores do que se pensava até então. Os resultados alertam para danos importantes nos nossos pulmões causados por estas partículas. Segundo os cientistas, esses fragmentos minúsculos “podem entrar profundamente em nosso sistema respiratório e potencialmente causar inflamação ou irritação”.
Os autores ainda explicam os microplásticos carregam aditivos tóxicos, como o bisfenol A, ou ftalatos, que podem entrar na nossa corrente sanguínea. Dessa forma, eles acreditam que a exposição a longo prazo pode contribuir para problemas respiratórios, interromper a função endócrina e aumentar o risco de distúrbios do neurodesenvolvimento, defeitos congênitos reprodutivos, infertilidade, doenças cardiovasculares e até cânceres.
Efeitos dos microplásticos ainda não são totalmente conhecidos
- Os microplásticos são pequenas partículas sólidas de materiais baseados em polímero com menos de cinco milímetros de diâmetro.
- Além de levar milhares, ou até milhões de anos para se decompor, elas estão espalhadas por todo o planeta, inclusive na própria água potável.
- Essas substâncias podem se dividir em duas categorias: primárias e secundárias.
- Os primários projetados para uso comercial: são produtos como cosméticos, microfibras de tecidos e redes de pesca.
- Enquanto que os secundários resultam da quebra de itens plásticos maiores, como canudos e garrafas de água.
- Este tipo de material já foi detectado em diversos órgãos humanos, encontrados no sangue, cérebro, coração, pulmões, fezes e até mesmo em placentas, por exemplo.
- Estudos recentes sugeriram que a exposição aos microplásticos pode, inclusive, afetar a produção de espermatozoides nos testículos, contribuindo para o declínio da fertilidade.