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Pesquisa sobre adolescentes: Geração ansiosa está abrindo os olhos?Psicólogos, psiquiatras e cientistas sociais foram os primeiros a dar

Resultado de pesquisa sobre adolescentes nas redes choca até os pais

Resultado de uma pesquisa feita com os próprios usuários jovens, nos Estados Unidos, pegou a todos de surpresa

Psicólogos, psiquiatras e cientistas sociais foram os primeiros a dar o alerta sobre pesquisa dos adolescentes nas redes sociais.

Hoje, há extensa bibliografia sobre o assunto, como o livro A Geração Ansiosa: Como a Reprogramação da Infância Está Causando uma Epidemia de Doenças Mentais, ainda sem tradução para o português.

Isso, passou a preocupar pais de todo o planeta, tanto que recentemente o uso do celular foi proibido para alunos brasileiros em escolas públicas.

Ainda assim, o resultado de uma pesquisa feita com os próprios usuários jovens, nos Estados Unidos, pegou a todos de surpresa. Assim, mereceu um artigo do New York Times constatando que o alarme sobre o uso das redes “está chegando aos próprios adolescentes”.

O assunto foi tema do analista de redes e especialista em Inteligência Artificial Edgard Piccino.

Mudança radical em apenas dois anos

A mudança constatada pela Pew Research ao entrevistar 1.400 adolescentes, é espantosa. Ou seja, entre 2022 e 2024, a porcentagem de jovens entre 13 e 17 anos que sentem efeitos majoritariamente negativos das redes subiu de 32% para 48%.

Já os que descrevem a experiência como majoritariamente positiva está em apenas 11%.

Em 2024, os jovens estadunidenses reduziram seu uso do You Tube, mas 90% ainda são usuários. Tik Tok (63%), Instagram (61%) e Snapchat (55%) vem em seguida.

Os Estados Unidos aparecem entre os cinco maiores usuários de mídias sociais no planeta, mas perdem para o Brasil.

Os pais estadunidenses (44%) ainda estão muito mais preocupados com potenciais danos à saúde mental do que os jovens (22%).

Em geral, são as meninas que se sentem mais prejudicadas pela presença excessiva nas redes.

Amanda Raffoul, da escola de saúde pública de Harvard, que trabalha com a prevenção de transtornos alimentares, resume: Tempo de permanência é tudo.

Além de perda de sono e falta de socialização, o bombardeio de “parâmetros” do normal ou desejável nas redes pode alimentar o sentimento de inadequação típico dos adolescentes — o que em casos mais graves pode levar a transtornos alimentares, ideação de suicídio ou até mesmo suicídio.

As BigTechs derivam boa parte dos seus lucros do tempo de permanência nas redes.

Só assim podem bombardear os usuários com comerciais e merchandising, muitas vezes através de “influencers”.

Ao mesmo tempo, as megaempresas atuam juntas para barrar qualquer tipo de regulamentação, como aconteceu no Brasil.

O resultado da pesquisa nos EUA é um alento para os que se preocupam com o tema. Em outras palavras, sinal de que os próprios usuários, que antes se revoltavam com limites impostos por pais ou parentes, estão se dando conta do potencial tóxico do mundo virtual.