Rússia quer tratar sobre os últimos acontecimentos na Síria; governo Putin era um dos principais aliados do regime de Bashar al-Assad
A Rússia solicitou uma reunião de emergência no Conselho de Segurança da ONU (Organização das Nações Unidas), para discutir os últimos acontecimentos na Síria. A agência estatal de notícias russa RIA Novosti deu a informação neste domingo (8).
O Conselho possue 15 países-membros. Cinco deles membros permanentes, que possuem assento fixo e poder de veto. Isto é: China, Estados Unidos, França, Reino Unido e Rússia.
Fim da era Al-Assad e o futuro da Síria
O governo de Vladimir Putin foi aliado de primeira ordem do regime de Bashar al-Assad, que chegou ao fim neste domingo, após 24 anos de controle sobre a Síria. Antes disso, de 1971 a 2000, Hafez al-Assad, pai de Bashar al-Assad, comandou o país.
A queda, portanto, decorre após 13 anos de guerra civil no país, iniciada em meio aos acontecimentos da Primavera Árabe, quando uma onda de manifestações no Oriente Médio derrubou diversos governos autoritários, entre os quais:
- Zine El Abidine Ben Ali, da Tunísia (2011);
- Hosni Mubarak, do Egito (2011);
- Muammar Gaddafi, da Líbia (2011); e
- Ali Abdullah Saleh, do Iêmen (2012).
Com o aumento da repressão, incluído o uso de armas químicas proibidas, e o apoio russo e iraniano, a dinastia de al-Assad conseguiu permanecer no poder durante esse período.
No entanto, com o foco da Rússia voltado à Ucrânia e o do Irã para Israel, rebeldes sírios aproveitaram a situação para avançar.
O grupo islâmico fundamentalista HTS (Hayat Thrir al-Sham) tomou o poder neste domingo. A facção surgiu após o rompimento de seu líder, Abu Mohammed al-Jolani, com a Al Qaeda, responsável pelos ataques de 11 de setembro de 2001.
Apesar do distanciamento, o HTS compartilha da ideologia jihadista, ou seja, defende uma “guerra santa” para instituir a Sharia, a lei islâmica.