Entre as mudanças está a manutenção do valor do auxílio Brasil em R$ 600 e um aumento real para o salário-mínimo, que pode chegar aos R$ 1.320. Esse será o primeiro aumento real do salário-mínimo desde 2018. Também devem participar dos ajustes outros parlamentares do PT, o ex-ministro Aloísio Mercadante e o vice-presidente eleito, Geraldo Alckmin, que vai coordenar a equipe de transição.

O senador eleito, Wellington Dias, indicado pelo novo governo para negociar ajuste no orçamento para 2023, está comandando as reuniões com o relator da comissão mista do Senado, Senador Marcelo Castro. O que se busca é adaptar a lei orçamentária as prioridades anunciadas pelo novo governo.

Apesar do aumento real proposto, o Dieese aponta que o valor do salário-mínimo é 5 vezes menor que o necessário para movimentar a economia do país. O trabalhador brasileiro deveria receber R$ 600 de salário-mínimo, segundo o estudo.

Salário-mínimo longe do ideal

O cálculo do valor é feito de acordo com as necessidades básicas de uma família com quatro pessoas, a partir dos direitos fundamentais e numerados pela constituição. Alimentação, educação e moradia englobam o valor, que é considerado pelos economistas como inalcançável.

Desde 2020, nenhuma categoria que tem rendimentos atrelados ao salário-mínimo recebeu ganhos reais neste ano. Na prática, isso significa que as pessoas vão viver pior com o seu salário-mínimo, comprar menos mercadorias e movimentar menos a economia do país.

De acordo com o estudo do Dieese, sem aumento real dos salários, a economia do país é freada e a lógica é simples. Os salários maiores estimulam o consumo e também aumentam a arrecadação, que contribui muito, por exemplo, para redução da desigualdade.

O salário-mínimo no Brasil é hoje o segundo menor entre os 38 países da OCDE, a Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico. Só estamos à frente do México, que tem o pior salário-mínimo.

Em suma, o país com o melhor valor entre os da OCDE é a Austrália, e analisar esses dois extremos da lista está o Brasil. Mas o maior freguês da Austrália também é a China, e a Austrália tem a maior mineradora concorrente da nossa. O país localizado na Oceania também é um grande exportador de matéria prima. Embora muito parecido com o nosso, paga um salário-mínimo cinco vezes maior que o do Brasil.