Entenda por que um intestino preso pode sim afetar a sua saúde mental
Pouca gente sabe que boa parte de sintomas ligados a nossa saúde mental, como ansiedade, raiva, tristeza, nervosismo, mau humor, etc, pode estar ligado ao intestino e ambos ao cérebro. Se você já ouviu a expressão ‘enfezada’ para se referir a uma pessoa que está nervosa, então nada do que diremos aqui será uma grande novidade.
A palavra tem sentido duplo, tanto para se referir a uma pessoa com intestino preso quanto para fazer alusão a alguém estressado; e tudo isso porque uma coisa pode estar ligada a outra.
Diversos estudos já abordam a relação do aparelho digestivo com o cérebro, sugerindo a ligação direta entre a microbiota e o bem-estar psíquico. Sentir dor de barriga em situações de tensão, por exemplo, é uma prova dessa ligação. E é aí que entram os ‘psicobióticos’.
O que são psicobióticos?
A palavra ainda não é oficialmente utilizada. No entanto, se refere a alguns tipos de probióticos (bactérias do bem) que podem influenciar no sistema nervoso central (são os famosos lactobacillus vivos).
Em microbiologia, psicobiótico é definido como um grupo de organismos que, quando ingeridos em quantidades adequadas, produz um benefício para a saúde em pacientes sofrendo de doenças psiquiátricas ou neurológicas. O produto terapêutico também pode ser comumente chamado de “probiótico para o cérebro”.
Para diversos especialistas, o intestino é considerado um segundo cérebro. A ideia é que os psicobióticos produzam compostos importantes para o bem-estar emocional, como a serotonina, conhecida como o hormônio da felicidade.
E além disso a dopamina, envolvida nos processos de regulação do humor e estresse, controle de funções motoras, estimulação da memória e comportamentos relativos a raciocínio, concentração, funções mentais, apetite e sono.
Vale destacar que, essas tais bactérias boas já existem no nosso intestino. Mas se desreguladas podem colaborar para todas as condições mentais que mencionamos. Os psicobióticos entram para equilibrar os microrganismos que temos.
“A conexão entre o cérebro e o aparelho digestivo existe, claro. Os probióticos podem melhorar as doenças gastrointestinais e a imunidade. Mas é cedo para dizer que podem atuar em transtornos mentais”, afirmou Marcos Gebara. Ele é psiquiatra e Presidente da Associação Psiquiátrica do Estado do Rio de Janeiro.