As primeiras pesquisas divulgadas na Argentina indicaram que a disputa pela presidência do país deverá ser definida num eventual segundo turno
Possivel segundo turno entre o candidato da extrema direita, Javier Milei, e o ministro da Economia, Sergio Massa, apontam as pesquisas. Candidata da aliança opositora Juntos pela Mudança, a ex-ministra Patricia Bullrich, não conseguirá romper a polarização instalada na sociedade entre Milei e o governo peronista.
Nas Paso, os argentinos definiram quem serão os candidatos que disputarão o primeiro turno, em 22 de outubro. Para surpresa de muitos e contrariando absolutamente todas as pesquisas publicadas antes das primárias, Milei ficou em primeiro lugar, com 30,04% dos votos. O ministro da Economia foi o segundo candidato mais votado individualmente, ficando com 21,4%. Bullrich ficou em terceiro lugar, com 16,98%.
Em evento o clima entre representantes das principais companhias com operações na Argentina era exatamente o mesmo que refletiram as pesquisas das empresas de consultoria Analogias e Opinaia. A maioria dos homens de negócios, opinou que haverá um segundo turno — que seria em 19 de novembro — entre Massa e Milei. Outros, que formam um grupo ainda minoritário, apostaram num triunfo contundente do candidato do partido A Liberdade Avança no primeiro turno.
Para vencer um candidato deve obter pelo menos 45% dos votos. Ou 40% com mais de dez pontos percentuais de vantagem em relação ao segundo colocado.
Segundo a Analogias, empresa de consultoria contratada pela aliança de governo entre peronistas e kirchnerista União pela Pátria, hoje Milei tem 32,1% das intenções de voto, contra 26,8% de Massa e 20,9% de Bullrich. Já pesquisa da Opiniaia apontou uma diferença mais ampla a favor de Milei. Desse modo, aparece com 35%, contra 25% do ministro da Economia e 23% da candidata da Juntos pela Mudança. A mesma pesquisa mostrou que num eventual segundo turno, o candidato da extrema direita derrotaria qualquer um de seus dois rivais.
Dados de outra pesquisa
Outra pesquisa realizada pela faculdade de Psicologia da Universidade Nacional de Buenos Aires (UBA), a mais importante do país, revelou que 50% dos entrevistados disseram considerar que numa eventual presidência de Milei a Argentina estaria melhor do que está hoje.
A estratégia do governo para impedir que o candidato da extrema direita seja eleito no primeiro turno é anunciar medidas para melhorar a situação econômica de setores castigados pela crise. Sobretudo por uma taxa de inflação superior a 100% ao ano — que até o fim de 2023 poderia superar os dois dígitos mensais.
Todavia nesta segunda, Massa, que fez uma viagem relâmpago a Brasília para conversar com o governo Lula sobre iniciativas de ajuda econômica à Argentina, anunciou um pacote de iniciativas que visam a aliviar os efeitos da desvalorização do peso e o sufocante aumento de preços no mercado interno. Isto é, a emissão de bônus para servidores públicos e aposentados, reforço no cartão alimentação para famílias de baixa renda com filhos e linha de créditos para trabalhadores.
Já Milei, que vem alertando sobre a chegada de uma crise de dimensões jamais vistas na História do país, afirmou que não se podem esperar resultados diferentes fazendo as mesmas coisas. Outra vez o kenynesianismo… Sempre falha e voltará a falhar. A questão contudo é o tempo, e se isso (leia-se o país) explode antes ou depois da eleição.