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O setor etanol e a meta de descarbonização vão além de emitir menos carbono na queima, a produção de biocombustível potencializa agro

Setor do etanol é a base para cumprir meta de descarbonização

O setor etanol e a meta de descarbonização vão além de emitir menos carbono na queima, a produção de biocombustível potencializa resultados do agro

O setor de biocombustíveis mato-grossense tem a expectativa de que o governo federal crie mais políticas públicas para estimular os investimentos e ampliar a produção do etanol, biodiesel e biogás.

Essa expectativa é ancorada nos compromissos de descarbonização da economia feitos pelo presidente Lula da Silva (PT) durante a Conferência do Clima (COP 27), realizada em 2022.

Lhais Sparvoli, diretora-executiva do Sindicato das Indústrias de Bioenergia de Mato Grosso (Sindalcool/MT), destaca que os governos federal e estadual precisam “olhar com carinho” para o setor de bioenergia, pois ele é um dos principais pilares para cumprir as promessas feitas junto à comunidade internacional, de chegar a uma economia de carbono zero até o ano de 2050.

De acordo com a Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), a queima do etanol emite 70% menos gás carbônico do que a gasolina. Lhais vai além e cita outros benefícios da produção do etanol que não são tão evidentes, como a produção do DDG, farelo de milho altamente proteico utilizado na ração animal.

Setor etanol

Com a melhora na alimentação, os animais se desenvolvem mais rápido, passam mais tempo em confinamento, o que, por consequência, reduz a área de pastagem. De acordo com Lhais, que também é agrônoma e especialista em agronegócio, a área de pastagem em Mato Grosso foi reduzida em 17% desde 2015, devido à melhoria na alimentação dos animais.

Essa área pode ser revertida tanto para aumentar a produção de grãos como soja e milho quanto para reflorestamento ou plantio de eucalipto e bambu. Ou seja, o que também aumenta o sequestro de carbono, estimulando a produção de biomassa, que poderá se transformar em biogás.

Mato Grosso ainda conta com outro diferencial, o milho plantado na mesma área onde a soja colhida. Atualmente, cerca de 60% da área utilizada para cultivo de soja também é útil para plantar a segunda safra de milho. Caso os outros 40% fossem utilizados, Mato Grosso poderia dobrar a produção do cereal sem qualquer desmatamento.

Além das questões ambientais, os governos federal e estadual ainda possuem bons motivos para estimular os investimentos nos biocombustíveis. Isto é, o aumento de arrecadação e geração de empregos. O setor é responsável por gerar cerca de 170 mil empregos no estado, dentre os empregos diretos, indiretos e induzidos.

A arrecadação estadual também cresce com o aumento de produção. De acordo com dados da Secretaria Estadual de Fazenda (Sefaz), o governo arrecadou R$ 730,3 milhões com ICMS sobre o etanol em 2022. O resultado é menor do que o de 2021, pois em meados de 2022 o governo reduziu de 12,5% para 8,5% o ICMS do etanol.