Projeções para o MT são otimistas no setor da soja convencional
A boa demanda no setor da soja convencional significa bons sinais de crescimento para o estado do Mato Grosso. Por ser o maior produtor brasileiro da soja convencional, o estado deve plantar 60% do total que será oferta do novo ciclo, para 2022 e 2023. Essa projeção é do Instituto Soja Livre (ISL).
O produtor rural e diretor de Relações Internacionais do Instituto, Endrigo Dalcin, destaca que este nicho de mercado está pagando prêmios remuneradores. “A Europa já começa a demandar um volume de soja convencional que não encontra no mercado. Com a pandemia, a Índia, nosso maior concorrente, deixou de exportar e abriu esta oportunidade para os agricultores brasileiros”.
Ele reforçou que primordialmente o papel do Instituto Soja Livre é chegar a um ponto de equilíbrio. Assim, toda a cadeia da soja será adequadamente remunerada e pode existir planejamento.
“Atualmente, há falta de produto porque durante três safras os prêmios foram desanimadores. Queremos que os compradores europeus definam contratos mais longos, de dois a cinco anos, para que todos os elos da cadeia possam se planejar, desde o sementeiro até as empresas de armazenagem e logística”, frisa Dalcin.
Valor da soja convencional é bom para o produtor rural
O diretor revelou que, atualmente, os prêmios chegam a até US$ 6 a saca e este é um valor interessante para o produtor rural. “Esse prêmio já foi de R$ 10 ou R$ 15 por saca, o que desincentivou o plantio da soja convencional. No entanto, hoje o mercado está demandador e o agricultor pode fazer parte da lavoura para a próxima safra”, pontua.
Com a alta exponencial nos preços de insumos, o diretor avalia que se abre uma brecha para que os agricultores migrem para a soja convencional. O Instituto Mato-grossense de Economia Agropecuária (Imea) já calculou que, apesar do custo de produção da soja convencional ser 4% maior, a rentabilidade chega a sete sacas por hectare frente à transgênica.
“Aqui em Mato Grosso temos utilizado tecnologias muito altas em fertilizantes. Temos uma base boa que dá para trabalhar um ano com menos produto. Mas vamos sobreviver a esta elevação de custos e ver como será o mundo pós-pandemia, que atrapalhou toda cadeia”, pondera.