Assim, café, frutas e carnes estão entre os produtos que passam a pagar uma sobretaxa de 50%. Ficaram de fora dessa taxa, suco e polpa de laranja, combustíveis, minérios, fertilizantes e aeronaves civis, incluindo seus motores. Bem como peças e componentes, polpa de madeira, celulose, metais preciosos, energia e produtos energéticos.

O tarifaço imposto ao Brasil faz parte da nova política da Casa Branca. Inaugurada por Donald Trump, visa elevar as tarifas contra parceiros comerciais na tentativa de reverter à relativa perda de competitividade da economia americana para a China nas últimas décadas.

No dia 2 de abril, Trump iniciou a guerra comercial impondo barreiras alfandegárias a países de acordo com o tamanho do déficit que os Estados Unidos têm com cada nação. Aliás, os EUA têm superávit com o Brasil, imposta, em abril, a taxa mais baixa, de 10%.

Porém, no início de julho, Trump elevou a tarifa para 50% contra o Brasil em retaliação a decisões que, segundo ele, prejudicariam as big techs estadunidenses e em resposta ao julgamento do ex-presidente Jair Bolsonaro, acusado de liderar uma tentativa de golpe de Estado após perder o pleito de 2022.

Especialistas consultados, avaliam que a medida é uma chantagem política com objetivo de atingir o Brics. Ou seja, o bloco de potências emergentes que tem encarado por Washington como uma ameaça à hegemonia estadunidense no mundo. E em especial, devido à proposta de substituir o dólar nas trocas comerciais.

Lula

Em pronunciamento no domingo (3), o presidente Luiz Inácio Lula da Silva ressaltou que não quer desafiar os Estados Unidos. Entretanto, o Brasil não pode ser tratado como uma “republiqueta”. O presidente disse ainda que o país não abre mão de usar moedas alternativas ao dólar.

O governo brasileiro informou ainda que implementarão nos próximos dias, o plano de contingência para auxiliar as empresas afetadas pelo tarifaço. Com linhas de crédito e possíveis contratos com o governo federal para substituir eventuais perdas nas exportações.

Fonte: agênciabrasil