Número de desemprego é o menor da série histórica
No mesmo período do ano passado, o índice estava em 6,6%. Os dados foram divulgados nesta terça-feira (30) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). A maior taxa já registrada foi de 14,9%, atingida em dois períodos. Ou seja, nos trimestres móveis encerrados em setembro de 2020 e em março de 2021, ambos durante a pandemia de covid-19.
O país tinha no fim de agosto, 6,1 milhões de pessoas desocupadas, o menor contingente da série. Isso representa 605 mil pessoas a menos na procura de trabalho, em relação ao trimestre móvel anterior, terminado em maio. O número de ocupados chegou a 102,4 milhões
Com esse resultado, o nível da ocupação, que mede o percentual de pessoas ocupadas na população em idade de trabalhar, ficou em 58,1%, se mantendo no nível mais alto da série histórica.
O número de empregados com carteira assinada também foi recorde e alcançou 39,1 milhões de pessoas, com alta de mais 1,2 milhão em relação ao mesmo período do ano passado.
Setores do desemprego
De acordo com o analista da pesquisa William Kratochwill, a queda na desocupação passa pelo setor de educação pública. “A educação pré-escolar e fundamental fazem contratações ao longo do primeiro semestre. São trabalhadores sem carteira, com contratos de trabalho temporários”, explica, acrescentando que essas contratações se concentram nas prefeituras.
O pesquisador frisa que no setor de trabalho doméstico houve redução de ocupados, menos 174 mil em relação ao trimestre móvel terminado em maio. Kratochwill afirma que isso reflete o mercado de trabalho aquecido.
Mercado de trabalho
A pesquisa do IBGE apura o comportamento no mercado de trabalho para pessoas com 14 anos ou mais e leva em conta todas as formas de ocupação, com ou sem carteira assinada, temporário e por conta própria, por exemplo. Pelos critérios do instituto, só se considera desocupada a pessoa que efetivamente procura uma vaga. Visitaram 211 mil domicílios em todos os estados e no Distrito Federal.
A taxa de informalidade – proporção de trabalhadores informais na população ocupada – ficou em 38%, acima dos 37,8% do trimestre móvel anterior. O aumento explicado pelo crescimento do trabalhado por conta própria sem CNPJ, chegou a 19,1 milhões de pessoas, 1,9% a mais que no trimestre até maio.
Renda
No trimestre terminado em agosto, o rendimento médio do trabalhador ficou em R$ 3.488, estável em relação ao trimestre anterior e alta real – acima da inflação – de 3,3% ante o mesmo período do ano passado. O valor, portanto, está bem próximo o recorde já registrado, de R$ 3.490, no fim de junho.
A massa de rendimento, o total que os trabalhadores recebem, chegou a R$ 352,6 bilhões. Ou seja, alta de 1,4% frente ao trimestre até maio e de 5,4% ante o mesmo trimestre de 2024.
De acordo comKratochwill, os resultados da Pnad revelam mercado de trabalho forte, a despeito da política monetária restritiva – juros altos – para combater a inflação.
A Selic, taxa básica de juros da economia está em 15% ao ano, maior patamar desde julho de 2006 (15,25%).
Uma face do juro alto é o efeito contracionista, que combate a inflação. A elevação da taxa faz com que empréstimos fiquem mais caros – seja para pessoa física ou empresas. Assim, desestimula investimentos, uma vez que pode valer mais a pena manter o dinheiro investido, rendendo juro alto, do que arriscar em atividades produtivas. Esse conjunto de efeitos freia a economia.
Caged sobre desemprego
A Pnad é divulgada no dia seguinte a outro indicador de comportamento do mercado de trabalho, o Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged). Divulgado pelo Ministério do Trabalho e Emprego (MTE), acompanha apenas o cenário de empregados com carteira assinada.
De acordo com o Caged, o mês de agosto apresentou saldo positivo de 147.358 vagas formais. Em 12 meses, portanto, o balanço é positivo em 1,4 milhão de postos de trabalho formais.
Fonte: agênciabrasil