Debate mostrou que ‘nem Trump, nem Biden’ estão aptos ao cargo
Segundo a revista The Economist, o presidente Biden “ainda pode parecer dinâmico” durante aparições curtas e roteirizadas, mas “você não pode governar uma superpotência através de um teleprompter”. “Deveríamos confiar os códigos nucleares a alguém que não consegue terminar uma frase sobre o Medicare?”, questiona, citando o momento em que Biden “travou” ao falar de gastos com saúde.
Presidente não é culpado por seu ‘declínio’; sua família e equipe, sim. Os democratas — incluindo Biden — deveriam se olhar no espelho, de acordo com a revista The Economist. “Seus apoiadores argumentam que aqueles terríveis 90 minutos não devem ofuscar os últimos três anos e meio. Mas o que importa é se eles fazem projeções para os próximos quatro. Estão sendo leais ao país ou às suas carreiras?”, completa.
“Sua incapacidade de contra-argumentar contra um oponente fraco [Trump] foi desanimadora. Mas a operação de sua campanha para negar o que dezenas de milhões de americanos viram com seus próprios olhos é ainda mais tóxica (…). Existe uma outra opção. Biden deve desistir da campanha. (…) A virtude da democracia é que os eleitores podem escolher seus governantes, mas Biden e Trump oferecem uma opção entre o incapaz e o abominável. Os americanos merecem coisa melhor”, em editorial The Economist.
Debate decepcionante
Desempenho de Biden acendeu um alerta no Partido Democrata. Com a voz rouca e frases confusas, o democrata deixou uma imagem oposta à mostrada por seu rival, que adotou um tom claro e enérgico, e desapontou até seus apoiadores. “A performance de Biden foi decepcionante, não há outra forma de dizer isso”, admitiu Kate Bedingfield. Ela foi diretora de comunicação da Casa Branca durante os primeiros anos do governo Biden.
New York Times
Amigo do presidente há mais de duas décadas, o colunista Thomas Friedman, do “New York Times”, contou que sentiu tristeza e chorou ao atestar que Joe Biden, “um bom homem e um bom presidente”, não deve seguir adiante com a candidatura à reeleição.
O debate deixou claro que os democratas têm um grave problema para administrar antes da convenção de agosto. Isto é, se quiserem vencer a eleição em novembro e proteger os valores democráticos tão defendidos pelo atual presidente.