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Teste de integridade das urnas, dessa vez, poderá ter eleitores reais

Em reunião, TSE admite teste nas urnas com eleitores reais

O TSE planeja que o teste das urnas neste ano use biometria de eleitores reais

Técnicos do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) e das Forças Armadas deverão elaborar um projeto piloto para que o teste de integridade das urnas eletrônicas, realizado no dia de votação, ocorra usando a biometria de eleitores reais, informou a Corte Eleitoral. Não há ainda divulgação da previsão de duração dos trabalhos.

O acordo foi divulgado pelo TSE após o presidente do tribunal, ministro Alexandre de Moraes, receber em seu gabinete o ministro da Defesa, Paulo Sérgio Nogueira, na manhã da última quarta-feira (31). A reunião teve a participação de técnicos militares e do secretário de Tecnologia da Informação do TSE, Júlio Valente, além de membros da equipe de comunicação do tribunal.

Com o anúncio, o TSE acata uma das sugestões feitas pelas Forças Armadas na Comissão de Transparência Eleitoral (CTE). Até aqui, o TSE vinha recusando a medida, alegando entre outros empecilhos logísticos, risco de fragilizar o sigilo do voto dos eleitores voluntários.

“A importância da manutenção da realização do Teste de Integridade – que ocorre desde 2002 – como mecanismo eficaz de auditoria foi ressaltada por ambas as áreas técnicas, que apresentarão, em conjunto, a possibilidade de um projeto piloto complementar, utilizando a biometria de eleitores reais em algumas urnas indicadas para o referido teste”, informou o TSE.

De acordo com o tribunal, Nogueira reconheceu o êxito dos testes de verificação da urna eletrônica. Inclusive os do modelo mais recente UE2020, realizados pela Universidade de São Paulo (USP), Universidade Estadual de Campinas (Unicamp) e Universidade Federal de Pernambuco (UFPE).

Ficou então acordado que os resultados sairão em um evento público com a organização junto aos integrantes da CTE.

Boletins de urna

O TSE também se comprometeu a dar maior destaque à divulgação de todos os boletins de urna do país, para que os votos possam ser somados paralelamente por partidos, candidatos e quem mais tiver interesse.

Desde que assumiu a presidência do TSE, em 16 de agosto, Moraes tem intesificado a interlocução com militares. Essa foi a segunda reunião entre Nogueira e Moraes nos últimos oito dias. Na semana passada, o magistrado teve também um encontro com comandantes das Polícias Militares.

Entenda

O teste de integridade é realizado há 20 anos. Um dia antes da votação, algumas urnas são sorteadas e levadas ao Tribunal Regional Eleitoral (TRE). Assim, no dia seguinte, é simulada uma votação normal no equipamento. Os equipamentos podem também ter uma escolha aleatória pelos partidos políticos.

No final da votação, a Comissão de Auditoria da Urna Eletrônica de cada TRE realiza uma espécie de batimento para saber se o voto depositado na urna é o mesmo registrado pelo equipamento. Isso é possível porque os votos são em papel e depois na urna eletrônica, permitindo a comparação do resultado. Todo o procedimento terá vistoria por uma empresa de auditoria externa selecionada por licitação.

Para as eleições deste ano, o TSE ampliou significativamente o número de urnas auditadas no dia da votação. Nos estados com até 15 mil seções eleitorais, haverá sorteio ou a escolha de 20 para passar pelo procedimento. Já nas unidades da federação que têm entre 15.001 e 30 mil seções, haverá teste das 27 urnas. Nas localidades restantes estabeleceu-se a escolha de 33 urnas eletrônicas auditadas.

Fonte: Agência Brasil