O turismo da pesca arrecada cerca de R$ 500 milhões por ano no Estado
Em Mato Grosso, a pesca esportiva movimenta cerca de R$ 500 milhões e a estimativa é atingir até R$ 2 bilhões anuais nos próximos cinco anos. Uma das cidades mato-grossenses em que a pesca esportiva tem crescido é São Félix do Araguaia, que é famosa pelas belas praias de água doce e as temporadas de praia no mês de julho. O município tem se destacado na agricultura e a pecuária e agora encontrou na pesca esportiva uma modalidade rentável para a economia da cidade.
Outra mudança positiva apontada por ela é a transição dos pescadores tradicionais e ribeirinhos em guias de pesca. Ao invés de pescar os peixes para vender as peças por quilo, eles têm ganhado mais em levar os pescadores esportivos para encontrar as espécies mais procuradas no Rio Araguaia, como a pirara e a piraíba.
O vice-prefeito de Itaúba, Douglas Aziliero, também é um entusiasta do turismo de pesca e os impactos econômicos na cidade. A atividade que movimenta cerca de R$ 8 bilhões no país tem mudado o cenário em Itaúba, cujas principais atividades econômicas são o setor madeireiro, pecuária e a agricultura.
Defensor da Lei do Transporte Zero, ele defende que os peixes vivos nos rios são muito mais economicamente importantes ao turista, aos pescadores extrativistas que podem se tornar guias de pesca e para geração de riqueza aos municípios.
Antes mesmo da legislação, Douglas Aziliero conta que os pescadores profissionais da cidade já tinham parado de abater peixes e começaram a trabalhar como guias. Ganhando quase o dobro do que eles ganhavam quando mexiam só com a venda do peixe.
Presente em troca da preservação
Para evitar a morte de peixes no rio e preservar o turismo de pesca, o empresário Marcos Martins, de Sapezal, tomou a iniciativa de remunerar com uma carretilha os pescadores que devolvem os peixes ao rio.
Ele adquiriu a loja em 2019 de um amigo e desde então tem promovido competições de pesca esportiva e tem premiado quem devolve o peixe.
Transporte Zero
Por meio da Lei 12.197/2023, conhecida como Transporte Zero, o Governo do Estado visa combater a pesca predatória nos rios. Assim, estão vedados o transporte, armazenamento e a comercialização das espécies. Ou seja, Cachara, Caparari, Dourado, Jaú, Matrinchã, Pintado/Surubin, Piraíba, Piraputanga, Pirara, Pirarucu, Trairão assim como Tucunaré pelo período de 5 anos.
A atividade pesqueira continuará permitida aos povos indígenas, originários e quilombolas. Assim, a utilizarão para subsistência e, também para comercialização e o transporte de iscas vivas.
Além dessas atividades, o novo projeto, ainda libera a modalidade “pesque e solte” além da pesca profissional artesanal. Desde que atendam às condições específicas previstas na lei, com exceção do período de defeso, que é a piracema.
Mas o estado pagará indenização de um salário mínimo por mês para pescadores profissionais e artesanais inscritos no Registro Estadual de Pescadores Profissionais (Repesca). Bem como no Registro Geral de Pesca (RGP) que comprovem residência fixa em Mato Grosso. Além de que a pesca artesanal era sua profissão exclusiva e principal meio de subsistência.