O estudo baseou-se em uma revisão sistemática global da literatura que utilizou três bases de dados de literatura científica
A vacina contra herpes-zóster está associada a um risco menor de ataque cardíaco e acidente vascular cerebral (AVC), de acordo com um estudo apresentado no Congresso da Sociedade Europeia de Cardiologia de 2025, realizado em Madri, na Espanha. Trata-se da primeira revisão sistemática global da literatura e meta-análise a avaliar de forma abrangente as evidências sobre a associação entre a vacinação contra herpes-zóster e eventos cardiovasculares.
O estudo baseou-se em uma revisão sistemática global da literatura que utilizou três bases de dados de literatura científica. E uma meta-análise de ensaios clínicos randomizados de fase 3 e estudos observacionais que avaliaram o efeito da vacinação contra herpes-zóster em eventos cardiovasculares. No total, incluíram 19 estudos na revisão e um ensaio clínico randomizado.
Os resultados mostraram que a vacinação contra herpes-zóster, tanto com a vacina recombinante (RZV), quanto com a vacina viva atenuada (ZVL), associada, portanto, a uma redução de 18% e 16% no risco de eventos cardiovasculares em adultos com 18 e 50 anos ou mais, respectivamente.
Risco absoluto de eventos cardiovasculares
Em estudos que relataram o risco absoluto de eventos cardiovasculares, a diferença absoluta na taxa variou de 1,2 a 2,2 eventos a menos por mil pessoas-ano.
Apesar dos resultados, Williams ressalta que como quase todas as evidências vieram de estudos observacionais. Todavia, não é possível inferir uma associação de causalidade entre a vacina e a redução dos eventos cardiovasculares. Para isso, são necessárias mais pesquisas.
O herpes-zóster é causado pela reativação do vírus varicela-zóster, o mesmo que causa a catapora. Após a infecção primária, o vírus permanece latente no sistema nervoso e se reativa. Dessa maneira, causa herpes-zóster em cerca de um em cada três indivíduos ao longo da vida. O vírus também pode invadir vasos sanguíneos grandes e pequenos na cabeça, o que pode levar à inflamação e à remodelação vascular. Acredita-se que isso possa levar a complicações como derrame após a reativação do vírus no organismo.