Venezuela disse que tomou decisão de suspender atividades da assessoria técnica do Alto Comissariado das Nações Unidas para os Direitos Humanos
O governo da Venezuela pediu aos funcionários do órgão de direitos humanos das Nações Unidas (ONU) que deixem o país dentro de três dias. Também informou que irá realizar uma revisão da sua cooperação com a organização.
O governo do país sul-americano, afirmou ter tomado a decisão de “suspender as atividades da assessoria técnica do Alto Comissariado das Nações Unidas para os Direitos Humanos e realizar uma revisão holística dos termos da cooperação técnica”.
A revisão acontecerá durante os próximos 30 dias, afirmou o governo num comunicado. Assim, acrescentou que todo o pessoal da ONU ligado ao escritório deve deixar o país durante as próximas 72 horas.
O escritório do comissário em Caracas direcionou as investigações da Reuters a autoridades em Genebra ou Nova York.
O porta-voz da ONU, Stephane Dujarric, disse durante um briefing diário que que recebeu a informação da decisão da Venezuela. Portanto, precisaria entrar em contato com a imprensa.
A televisão estatal criticou duramente na quarta-feira (15) os comentários do relator especial da ONU sobre o direito à alimentação, Michael Fakhri, que acaba de concluir uma visita à Venezuela.
Fakhri disse num comunicado que o programa alimentar do governo não aborda as causas profundas da fome e é suscetível a influências políticas.
Governo venezuelano acusa regularmente membros da oposição política
O escritório de direitos humanos da ONU, que opera na Venezuela desde 2019, deve retificar a sua “atitude colonialista, abusiva e violadora”. O gabinete desempenhou um “papel inapropriado” no país e apoiou a impunidade para pessoas envolvidas em tentativas de assassinato, golpes de estado, conspirações e outros complôs, afirmou.
O governo venezuelano, no entanto, acusa regularmente membros da oposição política de planejarem aquisições ou o assassinato do presidente Nicolás Maduro. Todas acusações foram veementemente negadas pelos partidos da oposição e pelos seus membros.
Os Estados Unidos, a ONU e outros condenaram a detenção e acusação esta semana da especialista em defesa Rocio San Miguel. Alguns membros da sua família também se encontrar detidos, embora quatro já em liberdade.
Outros órgãos da ONU, incluindo o Programa Alimentar Mundial e a agência infantil UNICEF, também operam na Venezuela.