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Conheça o projeto da Mad Agriculture, nos EUA, para expandir a verticalização da agricultura orgânica regenerativa - Foto: Secom-MT

Conheça projeto de verticalização da agricultura orgânica regenerativa

Será que essas lavouras podem ajudar a renovar os solos, sequestrar carbono e também apoiar a biodiversidade?

David Oien é um dos fundadores da Mad Markets, organização sem fins lucrativos que quer se tornar referência de ingredientes orgânicos regenerativos. Agora quer viabilizar o projeto da Mad Agriculture, nos EUA, para expandir o modelo de produção mantida por quase 30 investidores na verticalização da agricultura orgânica regenerativa.

Os Estados Unidos possuem cerca de 1,9 milhão de propriedades rurais, que ocupam cerca de 847,4 milhões de hectares. Entretanto, menos de 2% das terras agrícolas do país estão em sistemas orgânicos de produção. Por isso, as vendas de alimentos orgânicos estão crescendo constantemente. E mais: agora, o discurso não é apenas sobre orgânicos, mas sobre orgânicos regenerativos. Mas será que essas lavouras podem ajudar a renovar os solos, sequestrar carbono e também apoiar a biodiversidade?

Com cada vez mais recursos sendo destinados a essa pesquisa, uma organização se colocou no centro da agricultura orgânica regenerativa nos EUA.

A Mad Markets, com sede em Minneapolis, uma divisão da Mad Agriculture, tem um objetivo ainda mais específico.

Eles querem se tornar a “fonte de referência de ingredientes orgânicos regenerativos”. Para uma variedade de clientes, entre eles estão as marcas de CPG (bens de consumo embalados), compradores no atacado e distribuidores.

Construir o “meio faltante” das cadeias de suprimento regenerativas

O objetivo é construir o “meio faltante” das cadeias de suprimento regenerativas, como as unidades de processamento e a infraestrutura que ligam os produtores e os compradores, explica Alex Heilman, CEO da Mad Markets.

O executivo anunciou a aquisição da Timeless Seeds, uma empresa sediada em Montana, criada por quatro agricultores para processar e distribuir lentilhas, grãos e outras lavouras orgânicas no mercado. A Mad Markets espera que a Timeless sirva como um modelo para o que está por vir.

David Oien, cofundador e ex-CEO da Timeless Seeds, fundou a empresa junto com outros três agricultores em 1987, para apoiar os agricultores locais. Dessa maneira, estabeleceu uma unidade de processamento para essas lavouras que melhoram o solo, segundo ele, desenvolvendo oportunidades de mercado.

Phil Taylor, fundador da Mad Agriculture, afirma que a Timeless é o exemplo ideal para começar a expansão.

O financiamento para este negócio vem de uma variedade de apoiadores, todos focados em impacto e agricultura regenerativa. As empresas incluem a Terra Regenerative Capital, uma companhia de investimento de benefício público, e a Builders Vision, uma plataforma de impacto que está ancorando o investimento na Timeless Seeds.

No front climático, a Timeless se especializa em lentilhas, leguminosas e feijões, que são conhecidos não apenas por ajudar a renovar os solos, mas por terem uma pegada menor de produção em geral. Portanto, ajudar esses agricultores a aumentar sua produção e ampliar seu alcance tem implicações não apenas financeiras para as comunidades rurais, mas também pode realmente apoiar objetivos ambientais mais amplos do movimento regenerativo, diz Taylor.

Movimento regenerativo precisa que mais agricultores participem

Além disso, Heilman afirma que os compradores estão mais interessados em aprender sobre as origens dessas lavouras.

Ao contrário da indústria de laticínios e carne, onde a história dos agricultores é celebrada e conhecida, a rastreabilidade para grão-de-bico ou lentilhas não tem sido a norma.

Mas agora, isso está mudando, e com empresas como a Timeless, a Mad Markets pode ajudar a contar as histórias desses agricultores também. “Há um interesse mais profundo em entender quem é o agricultor quanto de onde o alimento realmente vem. Sendo capaz de rastreá-lo, por um mecanismo de rastreamento de sustentabilidade, mas também entendendo as práticas trabalhistas e contratos equitativos.

Além disso, com compradores garantidos e demanda crescente, os agricultores saberão que há um cliente esperando por seus produtos, o que deve ajudar a aliviar algumas preocupações sobre a transição. O movimento regenerativo precisa que mais agricultores participem.