Economistas afirmam que câmbio, juros e importações serão principais setores que devem sentir efeitos do resultado do Trump
A vitória de Donald Trump nas eleições presidenciais dos Estados Unidos traz consigo indagações na política econômica protecionista que podem causar estresse sobre parcerias comerciais e fortalecer o dólar no Brasil.
Economistas afirmam que câmbio, juros e importações serão os principais setores. Estes podem sentir desdobramento da conquista de Trump de seu segundo mandato na Casa Branca.
José Alfaix, economista da Rio Bravo Investimentos, afirma que o dólar pode passar por alta, devido às expectativas de juros maiores na administração Trump. Por conta da política fiscal expansionista e cortes de impostos.
Possível aumento da taxa Selic
Paulo Silva, economista e co-fundador da Consultoria Advisory 360, ressalta que uma política econômica que busca equilíbrio fiscal pode beneficiar o Brasil nesse cenário de vitória de Trump.
“O protecionismo econômico de Trump aumenta a pressão inflacionária e intensifica o ciclo de alta de juros por aqui. Diante disso, podemos esperar que haverá aumento da taxa Selic, somada a outros fatores que sugerem isso”, afirma.
De acordo com Sidney Lima, analista da Ouro Preto Investimentos, com possíveis ajustes do Federal Reserve (Fed, na sigla em inglês) de suas taxas de juros, os EUA se tornaram mais atrativos a investidores.
O aumento da dívida pública do Brasil deve demandar maior “prêmio” por parte dos investidores no médio-prazo e Trump tem plano de governo mais deficitário. Ou seja, as políticas protecionistas que devem prejudicar mais as moedas emergentes nesse sentido.
Outro nicho do mercado brasileiro que pode sentir os impactos da nova onda republicana puxada pela vitória de Trump, são as importações.
O plano econômico de Trump, contudo, planeja tarifar em 60% a China, maior rival e exportadora do país, e em 10% a 20% demais parceiros comerciais dos EUA.
Assim, o excesso de taxas impostas podem levar a uma queda no preço das commodities, explica Celso Grisi, professor da FIA Business School.
Fonte: cnn