Presidente chinês cobra reação da Europa às tarifas dos EUA e reforça apoio à globalização econômica, em meio a possível encontro entre potências em julho
O presidente da China, Xi Jinping, defendeu nesta sexta-feira (11) uma aliança entre Pequim e a União Europeia contra políticas comerciais unilaterais, em meio à escalada da guerra tarifária com os EUA. Durante reunião com o primeiro-ministro da Espanha, Pedro Sánchez, em Pequim, Xi afirmou que os dois blocos devem “opor-se conjuntamente contudo aos atos de intimidação unilateral” e “cumprir suas responsabilidades internacionais para proteger o comércio global”.
“Não há vencedores em uma guerra tarifária”, afirmou Xi, em sua primeira declaração pública desde que o presidente dos EUA, Donald Trump. Assim, elevou as tarifas sobre produtos chineses para mais de 145%. Aliás, a China retaliou nesta sexta com tarifas de 125% sobre importações americanas.
Sánchez, por sua vez, afirmou que espera que a Comissão Europeia use os 90 dias de trégua tarifária concedidos pelos EUA para negociar o “melhor acordo possível” com Washington. Ele também defendeu uma relação mais equilibrada entre o bloco europeu e a China. “Guerras comerciais não são boas — o mundo precisa que China e EUA conversem”, declarou.
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Em meio ao impasse, autoridades europeias já se mobilizam para estreitar laços com Pequim. Segundo o periódico chinês South China Morning Post, líderes da União Europeia planejam visitar a China no final de julho para uma cúpula com Xi Jinping. A reunião, fora do protocolo habitual — que previa um encontro na Europa —, é interpretada como um sinal de interesse em discutir questões comerciais. Participarão do encontro a presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, e o presidente do Conselho Europeu, Antonio Costa.
Paralelamente, segundo o jornal Handelsblatt, Pequim e Bruxelas iniciaram conversas para tentar encerrar as tarifas aplicadas pela UE a veículos elétricos chineses.