Instituto Claro lança podcasts para ajudar alunos a se preparem para o vestibular da USP
Trata-se de uma série de podcasts do Instituto Claro que analisa as nove obras que integram a lista de leituras obrigatórias do vestibular da Fuvest 2022. Esta prova é que abre a porta de entrada para a Universidade de São Paulo (USP).
Sendo assim, professores de literatura, escritores e convidados especiais apresentam e fazem reflexões sobre as principais características e contextos de cada obra. Assim, analisam aquelas que são cruciais para a prova de língua portuguesa.
Além disso, o material foi transcrito também. Tudo isso para ajudar os estudantes, já que a primeira fase da prova é em dezembro.
Sob o mesmo ponto de vista, a lista de livros obrigatórios em relação ao vestibular de 2021 teve mudanças. Com a mudança, os livros “Claro Enigma”, de Carlos Drummond de Andrade; “A Relíquia”, de Eça de Queirós; e “Mayombe”, de Pepetela, deixam a lista. Portanto, entram as obras:
- “Alguma Poesia”, de Carlos Drummond de Andrade;
- “Mensagem”, de Fernando Pessoa; e
- “Terra Sonâmbula”, de Mia Couto.
Assim também, o moçambicano Mia Couto, participou com exclusividade de um dos podcasts.
Confira os podcasts:
Terra Sonâmbula – Mia Couto
Mia Couto analisa e explica a sociedade moçambicana durante a guerra civil entre 1976 e 1992, usando recursos da fantasia. Romance de estreia do autor, “Terra Sonâmbula”, traz o uso de neologismos.
De acordo com entrevista exclusiva ao Instituto Claro, o escritor revela ter em Guimarães Rosa, uma de suas influências mais importantes no estilo de escrita. “Rosa deu resposta a alguma coisa que eu andava procurando, que era uma linguagem que permitisse a entrada da oralidade. Guimarães Rosa foi sobretudo uma luz verde, uma autorização”, conta Couto.
Alguma Poesia – Carlos Drummond de Andrade
Então, uma das novidades da lista da Fuvest 2022, “Alguma Poesia” foi o primeiro livro publicado por Carlos Drummond de Andrade, em 1930. O poeta de Itabira deixa claro, mesmo em seu livro de estreia, seu estilo literário modernista, apresentando elementos do cubismo e do surrealismo nos seus textos. Adele Grostein, professora de gramática e literatura no Anglo Vestibulares e no ensino médio analisou a obra.
Mensagem – Fernando Pessoa
“Mensagem” foi o único livro de poemas que publicaram durante a vida do português Fernando Pessoa, lançaram um ano antes da morte do escritor lusitano, em 1934, e homenageia de maneira especial o país em que nasceu.
Ao mesmo tempo, a obra dialoga com estilo épico de “Os Lusíadas”, de Luís de Camões. Além da análise do escritor e professor do Anglo Vestibulares Henrique Balbi, o podcast traz trechos de poemas do livro lidos pelo ator Fernando Silveira e musicados por André Luiz Oliveira.
Poemas Escolhidos – Gregório de Matos
A antologia de poemas de Gregório de Matos foi elaborada nos anos 1970 pelo professor de literatura brasileira da USP José Miguel Wisnik. Eventualmente, ele é o entrevistado deste podcast.
O poeta Gregório de Matos marcou a poesia feita no Brasil no século 17 e se tornou conhecido pela poesia satírica, que lhe conferiu o apelido de “Boca do Inferno”.
Quincas Borba – Machado de Assis
Professora de literatura do cursinho da Escola Politécnica da USP, Eva Albuquerque apresenta os aspectos mais relevantes da obra para os estudantes. Como resultado, pessimismo, humor e ironia, servem na narrativa para criar uma crônica do cotidiano da alta sociedade.
Angústia – Graciliano Ramos
No ano de 1936 publicaram o livro, época em que o escritor estava preso pelo governo Vargas. Apesar de o personagem central, Luís Silva, ser apresentado em sua jornada existencial, na obra, o romance social também está presente de maneira importante. “Ela é lançada em um ambiente autoritário, repressor, no momento de ascensão do nazifascismo. Esse enquadramento de época é algo a ser levado em conta”, explica o professor do Programa de Pós-Graduação e Estudos Comparados de Literatura e de Língua Portuguesa da FFLCH/USP Thiago Mio Salla.
Romanceiro da Inconfidência – Cecília Meireles
Ao passo que poucos livros de poesia se dedicaram a acontecimentos históricos, é o que torna essa obra lançada em 1953 tão especial. Nela, Meireles usa o gênero para retratar a revolta mineira de 1789. “O apreço pela liberdade é mesmo uma bandeira que deve inspirar a nossa necessidade dela, leia-se democracia, nos dias de hoje”, analisa o professor de literatura do colégio Anglo de São Paulo (SP), Paulo Oliveira.