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Envelhecimento constitui uma etapa inevitável na jornada de cada indivíduo, as marcas que o tempo imprime na pele assumem

Enzimas antioxidantes podem ajudar no envelhecimento da pele

A pesquisadora comenta a patente de um sistema de entrega de enzimas antioxidantes desenvolvido na USP, que pode ajudar retardar o envelhecimento da pele

O envelhecimento constitui uma etapa inevitável na jornada de cada indivíduo, onde as marcas que o tempo imprime na pele assumem um papel proeminente como indicadores desse processo. Hábitos alimentares inadequados, um estilo de vida frenético e o consumo de tabaco e bebidas alcoólicas podem acelerar essa evolução.

Originado por tais comportamentos, o estresse oxidativo, designado cientificamente, caracteriza-se pelo desequilíbrio entre a geração de compostos oxidantes e a operação dos sistemas antioxidantes de defesa do organismo. Esse fenômeno, além de contribuir para o envelhecimento prematuro, também se relaciona a processos inflamatórios e tumorais.

Considerando essa realidade, pesquisadores da Universidade de São Paulo (USP) desenvolveram uma patente intitulada Sistema de entrega de enzimas recombinantes com ação antioxidante na pele e em outros tecidos. Segundo Viviane Abreu Nunes Cerqueira Dantas, da Escola de Artes, Ciências e Humanidades da USP, uma das mentes por trás dessa inovação, trata-se de um sistema antioxidante composto pelas enzimas glutationa peroxidase, superóxido dismutase e catalase. Desse modo, combatem os radicais livres gerados na pele, mitigando o envelhecimento celular. Esse sistema exerce a capacidade de neutralizar uma expressiva quantidade de radicais livres e incorpora tecnologia de drug delivery. Isto é, ele assegura a absorção do composto pelas células da pele.

As enzimas antioxidantes contidas na patente inspiradas nas enzimas presentes no fungo filamentoso Trichoderma reseei.

Indústria da beleza

Outro impulso para o desenvolvimento dessa patente decorre do crescimento global do mercado de cosméticos. Em 2019, o segmento global de cosméticos totalizava aproximadamente USD 402 bilhões. E projeções apontando para um potencial de mercado global de USD 88 bilhões em soluções antienvelhecimento até 2026.

Ademais, estima-se que até 2027, o mercado de ativos cosméticos biotecnológicos atinja cerca de USD 1,6 bilhões, acelerando, assim, oportunidades para inovações nesse setor. De acordo com Viviane Dantas, as enzimas antioxidantes estão destinadas a fomentar o desenvolvimento de produtos eficazes nessa indústria.

A pesquisadora relata que o trabalho de pesquisa teve início em 2020 e que as enzimas produzidas já demonstraram resultados promissores in vitro.

Sendo assim, avaliadas em termos de eficácia, segurança, irritação e corrosão, uma vez concluídos os testes complementares, como o teste de permeação cutânea. O objetivo é transferir essa tecnologia para a indústria de skin care, permitindo a produção em larga escala deste ativo.