Ciúmes de alguém ou falta de confiança? As alianças inteligentes permitem rastrear o parceiro no casamento
Há poucos dias, apareceu nas redes sociais que algumas empresas estão trabalhando no desenvolvimento de “alianças inteligentes”. Trata-se de uma espécie de aliança de casamento que, entre algumas de suas funções, nos permitiria conhecer toda a trajetória de nosso cônjuge e os lugares que ele visita. Assim como suas localizações em tempo real (desde que ele a use também, é claro!).
Isso não é novo. Existem inúmeros aplicativos de controle parental que nos permitem saber onde estão nossos filhos adolescentes e saber se eles podem estar com problemas.
Assim também existem aplicativos de rastreamento e localização. Em muitos casos, alguns cônjuges ciumentos gostam de usar para contrastar as informações que seus parceiros podem fornecer quando não confiam neles. O Google Maps já registra a trajetória dos locais, apenas com o nosso celular e a função de localização ativada.
O assunto nos permite falar de uma questão muito interessante: a legitimidade ou não do controle dos casais como prova de sua fidelidade.
De fato, o uso da tecnologia como mecanismo de controle está se tornando cada vez mais preocupante; com a adesão a sistemas de monitoramento da atividade e dos contatos nas redes sociais, cyberbullying, disseminação de boatos. E, sobretudo, o controle da atividade online.
Que consequências o controle entre casais pode ter? Podemos talvez limitar a ação do outro a partir de nosso desejo de encerrar sua vida em nossos esquemas? O outro agirá da mesma forma sabendo que o estão observando?
Talvez a promessa de amor que fazemos ao nos casarmos signifique aceitar a liberdade do outro. Até mesmo que ela produza sofrimento, porque prometemos respeitar sua liberdade, mesmo quando ela pode causar o maior dano. Não há mal maior então do que aquele causado a si mesmo pelo mau uso de sua liberdade.