Esse trabalho me levou a conhecer novas gerações
Almir Sater desembarcou da chalana, como se chamam as embarcações pantaneiras, e botou o pé na estrada de chão. Depois de interpretar Eugênio, o chalaneiro da novela “Pantanal”, o compositor que já soma quatro décadas de carreira. E assim sendo, lançou (28) “Do amanhã nada sei”, seu décimo álbum de estúdio, que começou a ser feito ainda na pandemia.
“Quando a gente parou de fazer show, quando não se sabia se o mundo ia continuar, se ia existir semana que vem, percebi que tinha todo o tempo do mundo. Resolvi fazer esse trabalho, juntar umas músicas, pensei em gravar, e veio o projeto de ‘Pantanal’. O pessoal desceu lá no Pantanal. No começo, achei que estavam investigando só, mas percebi que ia sair, até me convidaram”, disse o artista.
Eu gosto de trabalhar mais feliz do que triste
Na novela, que teve seu último capítulo exibido no início de outubro, ele interpretou Eugênio. Um chalaneiro, uma das pessoas místicas da trama, assim como Trindade e o Velho do Rio.
Segundo ele, a novela foi um divisor de águas, e fez com que uma nova geração passasse a conhecê-lo. “Perguntam qual é o nome do chalaneiro, se ele toca mesmo. Foi bom porque me levou a conhecer novas gerações e vice-versa.”
Com as gravações da novela, ele diz que a produção do novo disco passou a correr paralelamente. Almir Sater teve a parceria de Paulo Simões para oito das dez faixas, e convocou novamente Eric Silver, produtor dos dois últimos álbuns “AR” e “+AR”, feitos ao lado de Renato Teixeira.
Segundo o músico, as bases foram gravadas no Brasil e depois levadas para Nashville, nos Estados Unidos. Ele acompanhou tudo pelo telefone, assim como foi feito nos dois últimos trabalhos.
“Gostei do resultado. Então, uma coisa puxou a outra, veio ‘Pantanal’, e foi tudo dando certo”, diz. “Mexeu com o nosso emocional, todo mundo feliz. Tem gente que gosta de fazer música na fossa. Eu gosto de trabalhar mais feliz do que triste.”