Plantio de amendoim tem crescido no Estado, que acaba de receber uma unidade da Beatrice Peanuts
Maior produtor de grãos do país, Mato Grosso tem atraído investimentos que devem tornar o Estado destaque no cultivo de amendoim. O plantio tem avançado gradativamente, e a instalação de uma unidade de beneficiamento da Beatrice Peanuts, em Nova Ubiratã, a 85 quilômetros de Sorriso, no Meio Norte mato-grossense, é uma indicação do potencial da nova cultura no Estado.
Especialistas comparam o cenário atual do amendoim ao do algodão no início dos anos 1990. A pluma, que era incipiente no Estado, tornou-se uma das mais importantes nos últimos anos.
Para a próxima temporada, o plano de Lodea é ampliar a área para dois mil hectares, mas com um diferencial: o trabalho em campo começará mais cedo, em novembro, e não mais entre dezembro e janeiro. O plantio tardio, realizado até então, era uma estratégia para driblar a ausência da indústria de beneficiamento. No entanto, comprometia a produtividade diante da menor incidência de chuvas.
Desembolso milionário
Além dele, outros três produtores mato-grossenses fornecem amendoim hoje à unidade da Beatrice Peanuts, cuja matriz é em Tupã (SP). Contudo, a fábrica que demandou investimentos de R$ 252 milhões, já faz a secagem do amendoim nesta primeira fase e deve passar a operar plenamente em 2026.
De acordo com o presidente da companhia, Pablo Rivera, a partir do ano que vem, serão seis fornecedores no total. Com projeção de chegar a 3 mil hectares cutivados (o dobro do registrado neste ano).
Uma vez concluídas as obras na unidade, em 2026, a Beatrice terá capacidade de processar até 120 mil toneladas. O equivalente a uma área de 40 mil hectares na região de Sorriso, diz Rivera.
Estruturação da cadeia
Além da infraestrutura dentro da porteira, o avanço da área plantada também depende da estruturação dos demais elos da cadeia produtiva. Como o amendoim não é uma commodity, o aumento da oferta precisa ocorrer de forma planejada, em sintonia com a indústria, para garantir a comercialização.
Ao todo, são 300 cultivares em teste no Estado para seleção de características como produtividade, boa adaptação ao clima local e a resistência a doenças fúngicas. “Esses novos materiais precisam ter as características adequadas para estar em consonância com as exigências do mercado”, diz Huert.