Panorama faz um monitoramento da saúde mental do brasileiros
Os dados mostraram que os jovens, estudantes, brancos, mulheres, com renda mais alta e maior escolaridade são os grupos que mais fazem terapia
O panorama faz um monitoramento da saúde mental do brasileiros e assim, entrevistou 2.248 pessoas acima de 16 anos, entre 19 de janeiro e 20 de fevereiro deste ano.
Dados sobre a terapia
A pesquisa também mostra que apenas 2% dos idosos relataram fazer psicoterapia, a menor taxa entre todas as faixas etárias. No recorte por educação, observamos que aqueles com ensino superior fazem terapia em uma proporção muito maior (10%) que aqueles com só o ensino fundamental (1,4%).
Em relação à identidade de gênero e orientação sexual, os que mais acessam psicoterapia são os transgêneros (11,8%), pansexual (22,1%) e assexual (29,3%). Já em termos de religião, agnósticos ou ateus são os que mais reportam fazer psicoterapia, com 13,7% do total. Enquanto que os evangélicos, apenas 2%.
Contudo, entre o perfil de quem faz terapia, aqueles que fazem esportes mais de três vezes por semana apresentaram uma taxa maior de participação em terapia. Todavia, o estudo associa que as pessoas que praticam exercícios com regularidade podem estar mais preocupados com saúde e bem-estar dentro desse grupo.
Entre as pessoas que fazem terapia, a pesquisa questionou a quanto tempo elas se consultam. 56,9% responderam que a mais de um ano, 17,6% a menos de um ano, 13,7% menos de três meses e 11,8% a menos de seis meses.
Uso de medicamentos
Apesar de apenas 5% da população acessar serviços de psicoterapia para o cuidado com a saúde mental, 16,6% afirmam fazer uso contínuo de medicamentos. Entre os 16,6% que reportam o uso, destacam-se os pansexuais (55%), transgêneros (40,5%), os viúvos (32,8%), os não binários (30,4%) e os idosos (25%).
Entre os usuários, mulheres fazem uso de forma um pouco maior que homens (19% x 14%). Também há maior prevalência entre aqueles que possuem apenas Ensino Fundamental (24%) e aqueles com renda entre R$ 5-10 mil (21%). A pesquisa também observou um aumento da associação entre uso de medicamentos a medida que o individuo experienciou com mais frequência bullying, dor crônica, consumo de cigarros e briga com familiares.
Quanto as pessoas gastam com saúde mental?
A maior parte dos entrevistados (62,1%), responderam que não tem nenhum gasto do próprio bolso para atendimento em saúde mental nos últimos 12 meses. Em seguida, aqueles que reportaram gastos com a saúde mental nos últimos 12 meses.
9,8% com um gasto médio de R$ 100/mês, 9,7% com um gasto médio de R$ 500/mês, 9,5% com um gasto médio de R$ 100-R$ 200/mês; e 8,8% com um gasto médio de R$ 200-R$ 500/mês.
Os grupos que mais tiveram gastos foram os transgêneros (21,5%), pessoas com renda acima de R$ 10 mil (18.6%). Bem como pessoas com 45 a 49 anos (15,5%) e pessoas grávidas (15%).
Os pesquisadores notaram que os que menos gastaram com saúde mental.
Pessoas preocupadas com a situação financeira (75,2%); aqueles que não sentiram dor crônica (68,7%); aqueles que consumiram álcool três vezes por semana ou mais (65,9%). Ainda queles que se encontraram com amigos três vezes ou mais (65,4%) e aqueles que não brigaram com familiares (65,1%).