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Argentinos correram para trocar seus pesos pela moeda americana em busca de uma forma mais estável de proteger suas economias

Argentinos recorrem ao dólar diante de incertezas com eleição

Argentinos correram para trocar seus pesos pela moeda americana em busca de uma forma mais estável de proteger economias

A confiança no peso argentino caiu para novos patamares nesta quarta-feira (16), com a moeda chegando a 780 pesos por dólar no popular mercado paralelo. Desse modo, os poupadores estão dispostos a pagar mais do que duas vezes a taxa oficial, agora fixada em 350 pesos por dólar.

O peso, em dificuldades há muito tempo e administrado por controles de capitais há anos, despencou esta semana, após um resultado chocante nas eleições primárias levantar a possibilidade de que um economista vença a eleição presidencial de outubro.

As famílias correram para converter seus pesos em dólares em busca de uma forma mais estável de proteger suas economias.

Na segunda-feira (14), o Banco Central desvalorizou a taxa de câmbio oficial em cerca de 18% e elevou a taxa básica de juros para 118% para proteger o peso e conter a inflação, que já está em mais de 113%, espremendo a poupança e os salários da população.

A eleição primária de domingo (13) terminou com o outsider Javier Milei, que prometeu dolarizar a economia e, eventualmente, acabar com o BC com a maior parcela de votos. O candidato enfrentará uma disputa em três vias na eleição geral de 22 de outubro.

Com o peso caindo, o governo tentou estabilizar a moeda local, reduzindo acesso a alguns mercados paralelos de câmbio, fechando o cerco em torno de negociantes informais de moedas nas esquinas e começando a discutir um teto para o preço da carne para conter a inflação.

O analista Salvador Vitelli, no entanto, disse que apesar das novas medidas, espera mais uma desvalorização. Mesmo depois de o banco central fixar a taxa de câmbio oficial em 350 pesos por dólar até a eleição.

Peso argentinos

Os preços futuros do peso no atacado são um reflexo das expectativas sobre a provável trajetória do seu valor. Ou seja, mostram 460 pesos por dólar para outubro, 629 até o fim do ano e 890 até julho de 2024.

Milei recebeu 30% dos votos em eleições primárias abertas no domingo. Agora enfrentará o bloco conservador de oposição de Patricia Bullrich, que ficou em 28%. Contudo a coalizão peronista liderada pelo ministrado da Economia, Sergio Massa, recebeu 27%.

Mas os analistas veem uma inclinação a uma política econômica mais rígida, independente de quem vencer. Embora qualquer novo presidente precise lidar com grandes desafios para estabilizar a economia, em meio a inflação de três dígitos, reservas escassas e um frágil acordo de empréstimo de 44 bilhões de dólares com o Fundo Monetário Internacional.

A promessa de dolarização de Milei, estava levando mais pessoas a se livrarem de seus pesos, embora muito difícil de ser aplicada no curto prazo.