Porta-voz russo diz que há motivos que levariam Rússia a usar armas nucleares
O governo russo admitiu a possibilidade de usar armas nucleares, caso ocorra o que autoridades do país chamam de “ameaça existencial”, durante a guerra na Ucrânia. A afirmação é do porta-voz do Kremlin, Dmitry Peskov. A declaração ocorreu na tarde desta terça-feira (22).
“Temos uma doutrina de segurança interna, e ela é pública. Você pode ler nela todas as razões para o uso de armas nucleares”, declarou.
Nem Peskov nem a doutrina de segurança russa explicam o que então constituiria uma “ameaça existencial”. A expressão vaga deixa brechas para interpretações sobre a hipótese de que uma eventual derrota na guerra. Mesmo contra a Ucrânia, representaria portanto uma ameaça à própria existência russa.
Peskov acrescentou: “Se for uma ameaça existencial ao nosso país, então podem ser usadas de acordo com nossa doutrina”.
Antes, o presidente russo, Vladimir Putin, deixou o mundo atento ao determinar que “forças nucleares” entrassem em estado de alerta. Ele negou, contudo, que tivesse a intenção de atacar a Ucrânia com esse tipo de armamento.
A guerra avança pelo 27º dia de conflito. Russos e ucranianos ainda não encontraram um consenso mínimo para pactuar o acordo de cessar-fogo.
Ministros dos dois países adiantaram suas expectativas para os próximos dias. A Rússia cobrou celeridade nas negociações de paz. Na contramão, a Ucrânia no entanto acredita em, ao menos, mais três semanas de bombardeios.
Zelensky quer reunião
Na tentativa de uma reunião com Putin, o líder ucraniano, Volodymyr Zelensky, admitiu que pode entregar o controle de regiões separatistas, como Donbass e Crimeia; então anexada ao território da Rússia em 2014.
Prestes a completar um mês, o conflito no Leste Europeu parece longe do fim. A Organização da Nações Unidas (ONU) deu um ultimato para o fim da guerra. Ainda assim frisou que as negociações nos últimos dias, estão estagnadas. No entanto, devem continuar.