Governo Lula prevê aumento de impostos dos mais ricos e elevar a faixa do imposto para R$ 5 mil, o que impactará as contas públicas
Após cobranças de eleitores, sindicalistas e da ala política, o governo federal corre contra o tempo para buscar alternativas e o aumento da faixa de isenção do Imposto de Renda para R$ 5 mil a partir de 2024. Essa era uma das principais propostas do então candidato Luiz Inácio Lula da Silva (PT), durante o processo eleitoral de 2022.
Nos últimos dias, a equipe econômica tem feito reuniões para encontrar formas de aumentar a faixa de isenção sem impactar de forma significativa a arrecadação. A ideia é incluir a proposta na Reforma Tributária, que já está em discussão no Congresso Nacional.
Lula prometeu a sindicalistas que vai mexer na tabela de isenção do IR “mesmo que aumente impostos dos mais ricos”. Ele admitiu ter tido uma ‘briga’ com economistas do PT para calcular o impacto nas contas.
“Nesse país quem paga imposto de renda de verdade é quem tem holerite. O pobre que ganha hoje R$ 3 mil paga mais proporcionalmente em relação a quem ganha R$ 100 mil”, disse.
“Vamos diminuir para o pobre e aumentar para o rico. Contudo é necessária uma briga, discussão com o Congresso Nacional e organização da sociedade? Sim é necessário. Mas é preciso mobilização do povo brasileiro para mudar uma vez na vida a política tributária para colocar o pobre no orçamento da União. E o rico no imposto de renda, para ver se a gente arrecada o suficiente para fazer política social neste país”, afirmou.
O professor de Economia e Relações Internacionais do Ibmec-SP, Alexandre Pires, acredita que é possível alterar a tabela do imposto sem impactar de forma assídua as contas públicas. No entanto, ele alerta para a necessidade de compensar as perdas financeiras.