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Na primeira viagem internacional desde a invasão russa, líder da Ucrânia vai aos Estados Unidos e obtém de Joe Biden promessa de apoio

Biden promete apoio “pelo tempo que for necessário” à Ucrânia

Na primeira viagem internacional desde a invasão russa, líder da Ucrânia vai aos Estados Unidos e obtém de Joe Biden promessa de apoio

Washington foi o destino do presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, na primeira viagem ao exterior desde que seu país foi invadido pela Rússia, dando início a um conflito prestes a completar 10 meses. Presença constante em fóruns internacionais, sempre por videoconferência, o líder da Ucrânia foi recebido (21) na Casa Branca, pelo presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, que anunciou um apoio militar, logístico e humanitário de estimados US$1,85 bilhão à ex-república soviética. O pacote inclui o sistema antiaéreo Patriot para enfrentar os bombardeios comandados por Vladimir Putin.

“Vamos continuar fortalecendo a capacidade da Ucrânia de se defender, principalmente a defesa aérea”, afirmou Biden a Zelensky, no Salão Oval da Casa Branca. “Ficaremos com você o tempo que for necessário”, acrescentou. Vestido com um uniforme de combate, o presidente ucraniano recebido com honras por Biden e sua esposa, Jill. “Você é o homem do ano”, disse o americano, numa referência à capa da revista Time, que elegeu Zelensky a personalidade de 2022.

Sentado ao lado de Biden, próximo à lareira do Salão Oval, Zelensky agradeceu, em inglês, o “grande apoio e liderança em toda a Europa”. O democrata acusou Putin de “usar o inverno como uma arma” contra os ucranianos, um povo, enfatizou, inspirador.

Vitória

Portanto, antes mesmo do desembarque de Zelensky, o governo norte-americano já havia divulgado o pacote. O anúncio da ajuda bilionária é uma vitória significativa para Kiev, que pressionou o governo de Joe Biden, repetidamente, nesse sentido. Contudo, também é um forte sinal de apoio dos Estados Unidos à Ucrânia para ajudar a reforçar as defesas do país.

Mas o envio do sistema antiaéreo foi considerado por analistas o principal destaque do dia. Assim, o governo americano vai treinar as forças de segurança ucranianas para usar os equipamentos em um terceiro país, segundo uma autoridade da Casa Branca.

A reação russa foi imediata. Aliás o Kremlin advertiu que novas entregas de armas à Ucrânia vão acirrar a situação.”É um sistema de armas defensivas, não vai escalar (o conflito). Nós adoraríamos não ter que usá-lo, é só pararem os ataques”, contrapôs Biden.

Em entrevista após o encontro a portas fechadas com Biden, o ucraniano falou sobre as exigências russas para o fim da guerra. “Para mim, como presidente, ‘uma paz justa’ não implica nenhum tipo de compromisso quanto à soberania, à liberdade e à integridade territorial do meu país”, assegurou Zelensky.

A estratégica visita do líder ucraniano aos Estados Unidos, que começou a 11 dias, ocorre em um momento crucial da guerra, com o endurecimento dos ataques russos. Todavia, poucas horas de duração, a passagem do ucraniano por Washington marcou-se por medidas de segurança sem precedentes.

Churchill

Após a reunião com Biden, Zelensky discursou para republicanos e democratas em uma sessão conjunta do Congresso americano, que está finalizando um novo pacote no valor de US$ 45 bilhões em ajuda à Ucrânia para 2023. Congressistas americanos compararam a visita do líder ucraniano com a viagem natalina do ex-primeiro-ministro britânico Winston Churchill ao Capitólio em 1941, pouco dias depois do ataque japonês a Pearl Harbor, que selou a entrada dos EUA na Segunda Guerra Mundial.