Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social – BNDES, foca em processo de “reindustrialização” da economia e quer investir em inovação
O Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social – BNDES, quer investir e tem uma nova gestão e novas prioridades. Segundo José Luís Gordon, diretor de Desenvolvimento Produtivo, Inovação e Comércio Exterior, a estratégia tem como foco a “reindustrialização” da economia brasileira.
O presidente da instituição, Aloizio Mercadante, já deixou claro que oferecer crédito a juros em larga escala não está nos planos. Gordon, que é economista especializado em inovação, afirma que a nova meta do banco é conceder apoio à modernização tecnológica e aos novos negócios.
O BNDES destina 1% de sua carteira de crédito à inovação, ou R$ 4,6 bilhões, mas agora quer dobrar o valor. No passado, a instituição chegou a comprometer 5,5% dos recursos com a inovação empresarial, segundo o executivo.
“Como é que eu vou ter uma indústria competitiva internacionalmente? Não dá para ficar com o País fechado. Então temos que abrir o País, mas tem que ter um País competitivo. Como é que eu vou competir se eu não tenho capacidade inovativa nas indústrias brasileiras? Como um banco de desenvolvimento não apoia a inovação?”, questionou.
Parcerias
Para oferecer esse suporte, o BNDES planeja fechar parcerias e apostar em fontes recursos não reembolsáveis ou com juros diferenciados. Gordon explica que a primeira ação será uma linha de financiamento de equipamentos para levar internet a escolas públicas.
Assim, a novidade ainda está em estudo pela Casa Civil e os recursos virão do Fundo de Universalização dos Serviços de Telecomunicações (Fust). Os valores não são reembolsáveis, ou seja, não se trata de um empréstimo. A previsão é destinar cerca de R$ 1 bilhão em quatro anos, começando ainda em 2023.
Contudo, o segundo foco é criar duas linhas de financiamentos, sendo uma focada em parques tecnológicos em universidades ou institutos de pesquisa, e outra no apoio direto a essas startups. Mas o executivo explica que o banco também quer atrair outras instituições focadas no apoio à inovação, como o Senai, o Sebrae, a Embrapii e a Finep.
O diretor não informou os valores previstos para essas duas linhas, mas é possível que eles sejam reduzidos quando comparados ao crédito total da instituição para indústria.