O presidente Jair Bolsonaro indicou um prazo de até 60 dias para o diesel da Rússia chegar ao Brasil
O presidente Jair Bolsonaro afirmou nesta segunda-feira (11) que o Brasil pode receber, em até 60 dias, óleo diesel vindo da Rússia. “Está acertado que em 60 dias o diesel russo já pode começar a chegar aqui. Já existe essa possibilidade. A Rússia continua fazendo negócios com o mundo todo”, disse.
Foi essa a declaração aos jornalistas enquanto Bolsonaro se preparava para receber a presidente da Hungria, Katalin Novák, em agenda oficial no Palácio do Planalto. O presidente não detalhou os termos desse acordo. Mais cedo, em conversa com apoiadores na saída do Palácio da Alvorada, Bolsonaro disse que o diesel vindo da Rússia seria “mais barato”.
Atualmente, cerca de 30% do diesel consumido no Brasil é importado, porque as refinarias instaladas no Brasil não têm capacidade para refinar tudo. Com isso, a instabilidade do preço internacional do petróleo após a invasão russa na Ucrânia vem impactando o mercado brasileiro de combustíveis.
Portanto, na última semana, pela primeira vez na história, o preço do diesel no Brasil superou o da gasolina.
Relações comerciais com a Rússia
No fim de junho, o presidente russo Vladimir Putin afirmou, em discurso, que buscava redirecionar o comércio e as exportações de petróleo para países dos Brics. Ou seja, o grupo formado por Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul.
Desde a invasão da Ucrânia pela Rússia, em fevereiro, Estados Unidos e países da União Europeia fixaram sanções comerciais. Além disso, reduziram as importações de petróleo e gás russos.
O Brasil, no entanto, segue negociando com o governo Vladimir Putin. No fim de junho, o presidente da Rússia afirmou a Bolsonaro, por telefone, que o país cumprirá os contratos de fornecimento de fertilizantes, por exemplo.
Em 2021, os óleos combustíveis de petróleo, como o diesel, corresponderam a 7,6% do valor total que o Brasil importou da Rússia. É o segundo item no ranking dessas importações, atrás apenas de adubos e fertilizantes químicos (62% do total em 2021).