Expectativa é que o milho atraia a atenção dos produtores devido à importância para a indústria nacional de rações e do etanol
A safra brasileira de produção de milho no ciclo 2024/25 deverá atingir 129 milhões de toneladas. Isso segundo estimativa divulgada pelo adido do Departamento de Agricultura dos EUA (USDA), em Brasília. A projeção indica um aumento de 5,7% na comparação com a oferta prevista para a atual temporada.
Em relatório, o adido ressalta que o incremento esperado em um cenário de condições climáticas favoráveis. E após o alerta do possível fim do El Niño, que impactou severamente a produtividade nesta safra 2023/24.
“Embora as margens de lucro na temporada passada tenham baixas para os produtores, o milho ainda é amplamente consumido no Brasil. A expectativa é que o milho atraia a atenção dos produtores devido à importância para a indústria nacional de rações e do etanol”, diz o relatório.
A área a ser semeada com o cereal deve ser de 22 milhões de hectares, ou 500 mil hectares a menos que a safra 2023/24.
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Sobre o recuo da área para o atual ciclo, o USDA lembrou que a redução se deve ao clima desfavorável, causado pelo fenômeno El Niño. O fenômeno também prejudicou as projeções de colheita, de 122 milhões de toneladas, abaixo das 137 milhões de toneladas em 2022/23.
“Depois de uma colheita recorde em 2022/23, os agricultores estavam esperançosos para o ciclo 2023/24. No entanto, os impactos negativos do El Niño causaram danos significativos à cultura do milho, resultando em perdas substanciais”, destacou o USDA.
A área plantada com trigo no Brasil pode alcançar 3,6 milhões de hectares na temporada 2024/25, segundo projeções do adido do USDA em Brasília. Se confirmado, a área pode crescer 7,5% na comparação com a safra anterior.
“O trigo continua sendo a cultura preferida de inverno no Brasil. No entanto, o aumento dos custos de produção pode afetar as decisões dos produtores de plantar, forçando eles a mudar para outras culturas de inverno, como aveia e cevada”, disse o adido, em relatório.
Mais sobre Trigo
Portanto, a produção na próxima temporada deverá crescer 19,5%, com uma colheita de 9,8 milhões de toneladas, diante do aumento da produtividade após as condições climáticas adversas afetarem a produção.
Mas para o ciclo 2023/24, o adido revisou a colheita brasileira para 8,2 milhões de toneladas, redução de 19,6% na comparação com a última safra.
“Este corte severo deve-se aos efeitos do El Niño, que trouxe excesso de chuvas durante a fase de desenvolvimento das lavouras nos principais Estados produtores, reduzindo a produtividade e a qualidade dos grãos de trigo”, destacou o USDA.
Também houve um ajuste na área plantada em 2023/24, que ficou projetada 3,3 milhões de hectares, em relação aos 3,4 milhões de hectares esperado pelo USDA em março, devido a custos mais elevados de insumos e menores preços.