USDA concedeu autorização às empresas Good Meet e Upside Foods para produzirem e comercializarem carne de frango cultivada em laboratório
Inicialmente, a carne de frango feita em laboratório não estará disponível nos supermercados, mas será oferecida exclusivamente em restaurantes sofisticados. A promessa é de que esse tipo de alimento, além de não maltratar os animais em abatedouros, seja ecologicamente mais sustentável, principalmente por diminuir o uso da água e do solo.
Como funciona?
Ao contrário das carnes vegetais feitas de proteínas de plantas, a carne cultivada é desenvolvida a partir da cultura de células animais vivos. Ou seja, não se trata de uma imitação de carne, mas sim de carne real. A Good Meat utiliza essa técnica inovadora para criar sua carne de frango.
Tudo começa com a coleta de uma pequena amostra de células-tronco retirada de um animal vivo. No caso da carne de frango, essas células podem coletadas também dos ovos e das penas. As células-tronco têm o poder de se autorreproduzir e de desenvolver tipos específicos de células, como aquelas que formam músculos ou órgãos.
Procedimento
Após a coleta, as células são colocadas em grandes tanques chamados biorreatores, que têm por função simular um ambiente semelhante ao do corpo do animal. Nesses tanques, as células recebem nutrientes essenciais para se multiplicarem e se desenvolverem.
À medida que as células-tronco se multiplicam, o meio de cultura se modifica para permitir que elas se diferenciem nos três principais componentes da carne, que o músculo, a gordura e o tecido conjuntivo.
Em seguida, elas organizadas em um “andaime” comestível que serve de suporte para que as células se organizem da forma desejada (um filé de frango, por exemplo). Além de manter as células unidas, o andaime também fornece nutrientes adicionais. Em apenas quatro a seis semanas, a carne está pronta para consumo.
Quando estará disponível ao público?
As empresas estão empenhadas em tornar a carne cultivada um produto cada vez mais acessível e econômico, visando possibilitar, em um prazo de até 15 anos, que o consumidor possa escolher entre carne tradicional e carne produzida em laboratório.
Em Cingapura, o produto já se encontra em vários estabelecimentos, indo desde ambientes chiques a feiras de rua. Portanto, em breve será a vez dos americanos colocarem essa opção na sua lista de compras.
A carne cultivada, de acordo com seus produtores, também traz benefícios ambientais, já que tem potencial para reduzir as emissões de carbono associadas à pecuária convencional. No entanto, alguns cientistas alertam que ainda há desafios a superados, como o alto consumo de energia no processo de produção.