Pesquisadores analisaram a forma que o organismo reage ao estímulo das células nervosas
Um estudo publicado na Nature Neuroscience, investigou a forma que as células nervosas do cérebro podem direcionar os movimentos do corpo, incluindo a respiração. Isso acontece também no reino animal, quando farejadores “congelam” ao encontrar um alvo.
“Encontramos um grupo de células nervosas no mesencéfalo que quando estimuladas, param todos os movimentos. Não apenas caminhar, todas as formas de atividade motora. Eles até fazem os camundongos pararem de respirar ou respirarem mais devagar e a frequência cardíaca diminui”, afirma Ole Kiehn, coautor do estudo.
- Durante o projeto, os pesquisadores utilizaram roedores para analisar a forma que o organismo reage ao estímulo das células nervosas;
- Quando ativadas, os camundongos iniciavam o movimento exatamente onde paravam;
- Segundo a equipe, esse “padrão de pausa e reprodução” único e diferente de tudo que visto anteriormente. Por isso, não se assemelha a outras formas de movimento ou parada motora que estudadas pela ciência.
As células nervosas estimuladas pelos pesquisadores, foram encontradas no mesencéfalo, em uma área chamada núcleo pedunculopontino (PPN). Diferente das demais células, elas se destacam por expressar marcador molecular específico chamado Chx10.
Esse PPN se encontra em praticamente toda espécie de vertebrado, incluindo os humanos. Ou seja, mesmo que o estudo tenha sido realizado em camundongos, as respostas podem ser as mesmas em humanos e nas demais espécies.
Parada do movimento observada aqui não está relacionada ao medo
Os autores também destacaram que esse “congelamento” se difere da paralisação em casos de medo extremo, embora a reação do corpo seja similar. Além disso, o avanço dessa pesquisa também poderá auxiliar nos estudos sobre o Parkinson.
“Comparamos esse tipo de parada motora com parada motora ou congelamento causado pelo medo, e eles não são idênticos. Temos certeza de que a parada do movimento observada aqui não está relacionada ao medo. Em vez disso, acreditamos que tem algo a ver com atenção ou estado de alerta, que se manifesta em determinadas situações”, diz o professor adjunto Roberto Leiras, coautor do estudo.