“Acredito que a indústria chinesa de semicondutores renascerá com sanções”
Eric Xu, presidente rotativo da Huawei, acredita que a indústria da China de semicondutores (chips) irá “renascer” em meio às dificuldades impostas pelos Estados Unidos. O executivo disse que a empresa realizará esforços contínuos para fortalecer o setor tecnológico do país após as sanções comerciais do ocidente.
“Acredito que a indústria chinesa de semicondutores renascerá sob tais sanções e criará um sistema muito forte”, disse o executivo durante uma coletiva de imprensa na China, reiterando o compromisso da empresa em dar suporte para todas as iniciativas que visam recuperar, fortalecer e tornar o setor de chips autossuficiente.
Embora o país tenha o objetivo de se tornar autossuficiente, analistas preveem dificuldades
A produção de semicondutores está no centro da disputa tecnológica entre os Estados Unidos e China. Em 2019, a Huawei se tornou uma das empresas na “lista negra” de Washington. Impedindo, contudo, que as companhias norte-americanas vendessem componentes e propriedades intelectuais para a gigante asiática.
Um ano depois, as restrições foram aumentadas para que a fabricante perdesse acesso às principais tecnologias de chips para smartphones. Recentemente, o governo norte-americano proibiu a venda de novos aparelhos de telecomunicação da Huawei, ZTE e outras empresas chinesas por temerem “risco à segurança nacional”.
A China, no entanto, depende de tecnologia estrangeira para produzir chips. Uma vez que não possui fábricas capazes de fundir semicondutores com a mesma qualidade e eficiência que instalações nos Estados Unidos. Bem como, na Coreia do Sul, e principalmente em Taiwan. Embora o país tenha o objetivo de se tornar autossuficiente, analistas preveem dificuldades no horizonte.
A Huawei está no estágio final da criação de um novo processador
Com a necessidade de hardware cada vez mais avançado para lidar com aplicações de inteligência artificial e computação em nuvem, a China está unindo esforços para projetar as máquinas necessárias para produção de chips com litografia de 14 nanômetros. Segundo Xu, as ferramentas são avaliadas ainda em 2023.
No entanto, o Departamento de Comércio dos Estados Unidos ordenou, em abril de 2021, que as empresas taiwanesas — incluindo a TSMC, maior fabricante de chips do mundo — sigam seus banimentos. Dessa forma, não irão fornecer tecnologia à China, impedindo que a Huawei e outras gigantes do segmento tenham acesso às litografias bloqueadas pelo ocidente.
A Huawei afirma ter superado as dificuldades que afetaram suas operações nos últimos quatro anos. De acordo com fontes da mídia chinesa, a fabricante está no estágio final da criação de um novo processador que pode ser decisivo para sua recuperação. O desafio, portanto, é o desenvolvimento de máquinas para produzir o novo hardware.